A disputa política no Tocantins em 2 de outubro deste ano será, por certo, entre duas máquinas. A do governador Wanderlei Barbosa, do Republicanos, e a do ex-deputado federal e ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, do PL.

Wanderlei Barbosa controla a máquina do governo — que tem um peso considerável, até decisivo, nas eleições do Tocantins. Desde sempre.

Não é à toa que a maioria absoluta dos deputados estaduais apoia a reeleição de Wanderlei Barbosa. Eles acreditam — é uma crença coletiva — que sua reeleição depende da máquina do governo. Veja-se o caso da deputada Professora Dorinha Seabra, do União Brasil.

Ronaldo Dimas e Wanderlei Barbosa: a máquina mais eficiente levará o governo | Fotos: Reproduções

Professora Dorinha Seabra articulou, primeiramente, sua participação na chapa de Ronaldo Dimas. Porém, pressionada pelos deputados que a apoiam — cerca de 20 —, mudou de lado e passou a apoiar Wanderlei Barbosa. Ou seja, resta provada a força da máquina na disputa político-eleitoral do Tocantins. Até uma política séria, como Professora Dorinha, teve de negociar, politicamente, a sua candidatura.

Eduardo Gomes, senador: político tido como decisivo no Tocantins | Foto: Reprodução

A máquina do governo é invencível? Não. Mas é quase invencível. Tanto que, no momento, Wanderlei Barbosa tem chance de ser eleito.

Ronaldo Dimas tem o apoio de três máquinas. No caso, são máquinas humanas. Pela ordem de relevância na política do Estado: senador Eduardo Gomes, do PL, ex-governador Marcelo Miranda, candidato a deputado estadual pelo MDB, e o presidente Jair Bolsonaro, do PL. Frise-se que o bolsonarismo é forte no Tocantins.

Marcelo Miranda, ex-governador do Tocantins: popular e bom de voto | Foto: Divulgação

A força de Eduardo Gomes é tanta que levou o senador Flávio Bolsonaro, o filho mais político de Jair Bolsonaro, à convenção de Ronaldo Dimas — o que mobilizou o Tocantins. Porque provou força.

Hoje, entre os prefeitos, Eduardo Gomes é o político de maior prestígio. Porque levou benefícios para quase todas as cidades, independentemente de ideologia partidária. Por isso, quando dizem que é “cabo” eleitoral de Ronaldo Dimas, o presidente Bolsonaro costuma corrigir, de acordo com um aliado: “Cabo não; Eduardo Gomes é ‘general’ eleitoral de Dimas”.

Jair Bolsonaro: presidente da República: aposta em Ronaldo Dimas | Foto: Reprodução

Marcelo Miranda foi governador do Tocantins e, mesmo afastado, continua popular. Talvez seja o político mais popular do Estado. Portanto, na campanha, ao pedir votos para Dimas, sua voz terá peso. Veja-se que ele conseguiu indicar Freire Júnior, um aliado, para vice de Dimas — o que mostra sua força política.

Portanto, Ronaldo Dimas vai para a disputa com um verdadeiro exército, ou seja, com três máquinas poderosas: Eduardo Gomes, Marcelo Miranda e Jair Bolsonaro. Resta saber se esta máquina, com três “motores”, vai superar a máquina de Wanderlei Barbosa, que, quem sabe, tem mais possibilidade de oferecer “favores” imediatos aos eleitores e aliados locais.

O que os políticos cobram de Dimas? Que assuma, com o máximo de clareza, compromissos… Eles dizem o seguinte: “Eduardo Gomes é forte, mas, se Ronaldo Dimas for eleito, será ele, e não o senador, quem terá o controle da máquina”.