
Jovair Arantes, por ser agregador, articulador e experiente, é cotado para ser presidente da Câmara dos Deputados já neste ano
Raros são os que ainda chamam Dilma Rousseff de “petista” e “presidente”. A impressão que se tem é que os petistas, logo depois do impeachment — que é tido como certo até pelos integrantes do PT —, vão trabalhar para se livrar da ex-guerrilheira. Eles atribuem a queda do partido não à corrupção sistêmica orquestrada por petistas graúdos, e à intransigência da ex-pedetista no trato com líderes políticos, notadamente os do PMDB.
Quanto à “presidente”, o que se diz, do Oiapoque ao Chuí, é que, embora vá ao Palácio do Planalto todos os dias, não mais governa. O presidente de fato, que movimenta a sociedade e articula a composição de um ministério — com Henrique Meirelles, czar da Fazenda, e José Serra, chanceler, como expoentes —, é Michel Temer, do PMDB. Ele praticamente governa. Ou ao menos governa mais do que Dilma Rousseff.
Formalmente, Michel Temer é vice e Dilma, presidente. Na prática, o primeiro é presidente, e a segunda, ex-presidente. Quando o peemedebista assumir a Presidência da República, em maio, seu vice passará a ser o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Porém, como até Dilma Rousseff sabe, Eduardo Cunha vai “durar” mais algum tempo, mas acabará caindo. Sua vida útil, em termos políticos, está acabando. Há duas hipóteses: ele cai e se convoca eleição para um mandato-tampão, ou então resiste até acabar sua gestão, quando será substituído. O mais provável é que, com a queda da presidente, a máquina de triturar políticos — com a imprensa como operadora — volte-se contra o peemedebista. Ele deve ser visto como Dilma Rousseff “amanhã”.
Desde já, há vários nomes planejando substitui-lo. Há quem diga que o presidente ideal seria Jarbas Vasconcelos. Mas na política o real sempre supera o ideal. Por isso, ao menos no momento, os mais cotados são o goiano Jovair Arantes, do PTB, e o mineiro Rogério Rosso, do PSD de Brasília. “Jovair Arantes tem muita chance. Muita”, resume o ex-deputado Sandro Mabel. Por quê? “Porque é mais articulador, agregador e tem mais experiência do que Rosso”, acrescenta um deputado federal.
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