Vice do DEM pode levar grupo de Bolsonaro para o palanque de Caiado em 2022
20 junho 2021 às 00h02
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ACM Neto e Rodrigo Pacheco, do Democratas, são cotados para a vice do presidente na disputa do próximo ano
Quem será o vice do presidente Jair Bolsonaro na disputa pela reeleição em 2022? Não se sabe. O gestor federal quase toda semana sugere um nome novo, como se estivesse a testá-lo ante os aliados e os eleitores.
Na semana passada, circulou um nome novo, Luiz Rodolfo Landim, presidente do time do Flamengo e empresário do ramo do petróleo.
O que significa a possível escolha de um empresário? É um recado para o pré-candidato do PT, Lula da Silva, que está se reaproximando do empresariado, sugerindo que pode lançar Josué Gomes da Silva (filho de José Alencar, vice de Lula da Silva, em 2002), da Coteminas e provável próximo presidente da poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Noutras palavras, se confirmada a parceria com Luiz Rodolfo Landim, Bolsonaro estará sinalizando que está compondo para além do centro político, quer dizer, está se associando ao PIB do país.
Mas, ao mesmo tempo, Bolsonaro articula noutro front, com os políticos, sobretudo do Nordeste. Há quem postule, no Palácio do Planalto, que o vice dos sonhos do presidente é mesmo Antônio Carlos Magalhães Neto, conhecido como ACM Neto.
ACM Neto e Bolsonaro estão próximos e, via interlocutores, já teriam discutido a questão. O ex-prefeito de Salvador teria sugerido, a um aliado de ambos, que é favorito para o governo da Bahia, por isso não teria tanto interesse em ser vice do presidente. Mas há quem avalie que, se os índices do presidente nas pesquisas melhorarem — em decorrência da retomada do poder de consumo das classes médias, da reorganização dos programas sociais e da aceleração da vacinação —, ACM Neto poderá aceitar retomar as conversações sobre a vice. Frise-se que o principal adversário do Neto de ACM, o Toninho Malvadeza, na Bahia é o PT de Lula da Silva e Rui Costa. Quer dizer, tanto Bolsonaro quanto ACM Neto têm o mesmo adversário pela frente. ACM Neto sabe que, se Lula da Silva for eleito presidente da República e ele for eleito governador da Bahia, terá dificuldade para gerir o Estado.
O fato é que, não sendo candidato a vice, ACM Neto pretende indicar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Democratas). Trata-se de um político jovem, moderado e representante de Minas Gerais — Estado que tem o segundo maior eleitorado do país, ficando atrás apenas de São Paulo.
Um fato é certo: fechando uma aliança com o DEM nacional, o grupo de Bolsonaro vai bancar a reeleição do governador Ronaldo Caiado em Goiás. De cara, mais um partido estaria na sua base — o Patriota, hoje comandado pelo empresário Jorcelino Braga com o apoio do empresário e ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot. A base do líder do partido Democratas ficaria ainda mais encorpada.