Na semana passada, setores governistas examinavam com atenção uma pesquisa de intenção de voto e ficaram surpresos com o “novo” quadro político-eleitoral da disputa pela Prefeitura de Goiânia.

De acordo com três fontes que viram a pesquisa, a surpresa é a ascensão do deputado federal Gustavo Gayer, do PL. Ele teria superado todos os demais postulantes, alcançando a primeira posição, com a deputada federal Adriana Accorsi, do PT, vindo a seguir. É como se a direita estivesse “pedindo” a esquerda e esta estivesse “exigindo” aquela.

Sandro Mabel: pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo União Brasil | Foto: Leoiran/Jornal Opção

De acordo com as fontes, o pré-candidato do PSD, Vanderlan Cardoso, estaria enfrentando problemas com o candidato do União Brasil, Sandro Mabel. O primeiro continua à frente, mas teria sido puxado um pouco para baixo pelo postulante apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil.

As fontes indicam que Sandro Mabel tende a crescer, possivelmente ancorado na popularidade de Ronaldo Caiado. Mas ainda não é uma grande ameaça para Gayer, Adriana Accorsi e Vanderlan Cardoso. Mas já estaria na faixa de 9% a 10% das intenções de voto.

Entretanto, como Vanderlan Cardoso estaria “caindo”, sustentam as fontes, a tendência é que, em breve, Sandro Mabel se consolide em terceiro lugar, encostando em Adriana Accorsi e em Gayer. A tese das fontes: isolado, sem candidatos a vereador competitivos, o pré-candidato pelo PSD terá dificuldade na campanha. A tendência é que o senador dispute com um chapa puro sangue — PSD-PSD —, mas não porque quer, e sim porque não tem o apoio de outros partidos.

Romário Policarpo, Sandro Mabel e Bruno Peixoto: jogando juntos | Foto: Leoiran/Jornal Opção

Já a base governista deve colocar 14 partidos na campanha de Sandro Mabel. São verdadeiros exércitos de candidatos a vereador.

Há uma questão que tem sido discutida na base governista, segundo as fontes. Gayer permanece sem qualquer entusiasmo pela disputa, apesar de ter anunciado que será candidato a prefeito com Fred Rodrigues na vice.

As fontes sugerem que há uma operação em curso para buscar o apoio do PL para Sandro Mabel. Até o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, que mantém estreita ligação com Gayer e Fred, estaria mobilizado para a costura política.

Se Gayer sair do jogo, a tendência é que Fred Rodrigues seja o vice de Sandro Mabel. Numa conversa recente, da qual teria participado o presidente do PL, senador Wilder Morais, chegou-se a especular de a base governista vetaria algum nome do Partido Liberal para vice. “Não há vetos. Quem o PL indicar será escolhido”, disseram. Porque o que se quer, além de Gayer e Fred Rodrigues, é o apoio do bolsonarismo e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Pode ser o “empurrãozinho” que falta para Mabel crescer e, talvez, superar Vanderlan Cardoso.

Porém, se o PL insistir em bancar candidato a prefeito de Goiânia, a tendência — repita-se: tendência — é que o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo, seja o vice de Sandro Mabel.

Na semana passada, especulou-se que Ana Paula Rezende poderia voltar ao jogo. O Jornal Opção ouviu duas fontes categorizadas do União Brasil e do MDB. As duas disseram a mesma coisa: a filha de Iris Rezende perdeu o timing.

Por trás das fumaças e sombras, o que se está formatando, desde já, é uma grande aliança política que envolverá as disputas de 2024 e 2026. Dependendo do que se estruturar em Goiânia — e talvez até em Anápolis —, Ronaldo Caiado estará montando uma base político-eleitoral poderosa para Daniel Vilela disputar o governo de Goiás daqui a dois anos e quatro meses (frise-se que, se Ronaldo Caiado sair para disputar a Presidência da República, o presidente do MDB assumirá o governo daqui a dois anos, em abril de 2026). (E.F.B.)