Um veterano da Câmara de Goiânia se prepara para tentar o retorno: Djalma Araújo, vereador por seis mandatos, está construindo sua pré-candidatura para 2024. Seria algo como “o bom filho” à Casa torna? Talvez mais adequado fosse dizer “o filho

Militante histórico do PT na capital, sempre “mais à esquerda”, ele foi filiado ao partido por cerca de 30 anos e o deixou em 2013, quando exercia sua sexta legislatura. Foi para o Solidariedade e, depois, se candidatou a prefeito pela Rede Sustentabilidade, em 2016.

Em 2020, se aproximou novamente do antigo partido ao apoiar Mauro Rubem para a Câmara de Goiânia, o que repetiu em 2022, na bem-sucedida candidatura do então vereador à Assembleia Legislativa.

Hoje, Djalma está na Esquerda Popular Socialista (EPS), tendência liderada dentro do PT goiano pelo deputado, e que deve lançar três candidatos na Grande Goiânia: o próprio Djalma e a professora Ana Rita, na capital; e a também professora Vânia França, por Aparecida.

Na construção da pré-candidatura – com a qual o ex-vereador mostra certa prudência ao afirmá-la –, ele diz que conversa com “muitas lideranças” para a montagem do projeto, “que será das pessoas”. Em meio a isso, critica severamente a atual composição da sua antiga Casa, que, segundo ele, se tornou “submissa ao poder do mercado” e que “legisla em causa própria”. A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg, encerrada recentemente, foi “um grande vexame”.

O que esperar de um eventual retorno de Djalma Araújo ao Legislativo goianiense? Muita polêmica em torno de assuntos chave para a cidade, como o valor do IPTU e o Plano Diretor. “Chegando lá, vamos ter de fazer a revogação de parte do plano diretor de Goiânia, que dilapidou a cidade para os grandes empresários”, arremata.

Como seu eleitorado-alvo, ele vê pessoas “de esquerda e de centro”, progressistas, que se importem com pautas como meio ambiente, defesa da mulher e dos direitos LGBTQIA+, transporte e mobilidade urbana.

A base do ex-vereador continua sendo a região norte de Goiânia, onde ele e sua família moram desde a década de 80 – Djalma começou a vida pública na capital como presidente da Associação de Moradores da Vila Itatiaia (Amovita).

Aos 65 anos, sempre se mostrando presente fazendo compras na vizinhança e frequentando o comércio local, ele parece ainda estar com energia suficiente para o pesado corpo a corpo atrás de votos numa campanha para vereador. O caminho até um novo mandato é longo e difícil, mas o fator experiência pode proporcionar um bom atalho.