Maioria dos 18 vereadores entrevistados deu nota 3 ao prefeito de Goiânia

Iris Rezende na Câmara: insatisfação geral | Foto: Alberto Maia

O Jornal Opção ouviu 18 dos 35 vereadores e pediu que dessem notas (de 0 a 10) ao primeiro ano da administração do prefeito de Goiânia, Iris Rezende, do MDB. A maioria reprovou o alcaide, como, em tom jocoso, alguns nominam o cargo do emedebista.

Como a maioria dos vereadores pediu para que seus nomes fossem omitidos — para evitar perseguições de Iris Rezende e, sim, Iris Araújo —, a redação optou por não citar os nomes dos entrevistados (Lucas Kitão, Cristina Lopes e Romário Policarpo, o único que deu nota 6 ao prefeito, assim como mais cinco, fizeram questão de falar em “on”).

Quinze vereadores — um deles do MDB — deram nota 3 a Iris Rezende. Um deu 7, um deu 6,5 e outro deu 6. A reprovação maciça tem a ver basicamente com quatro pontos.

Primeiro, há uma crise na saúde e o prefeito Iris Rezende parece que não consegue entender o que está acontecendo, do ponto de vista dos vereadores. A secretária da Saúde, Fátima Mrué, conhecida como Madame Paradigma, na opinião de médicos e vereadores, não entende de gestão e de relações humanas. Sob sua administração, predomina o caos nos cais. Faltam médicos, medicamentos básicos e não há uma política de saúde, exceto improviso. Vereadores e médicos dizem não entender onde Iris Rezende e Fátima “Paradigma” Mrué estão colocando os recursos fartos que chegam todos os meses. “O Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual deveriam examinar, com lupa, o que acontecendo no setor de Saúde de Goiâni a. O descaso é total. Mas os promotores e procuradores devem frequentar os cais para verificar in loco o que está ocorrendo. Se acreditarem nas belas palavras de Fátima Mrué, vão ficar com impressão de que a área de Saúde em Goiânia não é a Belíndia, e sim o Canadá. O promotor de justiça precisa acompanhar umas dez pessoas que precisam agendar uma consulta ou conseguir um atendimento de emergência”, frisa uma vereadora.

Segundo, o setor de mobilidade urbana teria sido abandonado “inteiramente” pelo prefeito Iris Rezende, registram os vereadores. “Iris Rezende não demonstra a mínima preocupação com a área de transporte coletivo. E mais: chegou a hora de parar de culpar a gestão do falecido Paulo Garcia e mesmo a Caixa Econômica Federal. O prefeito precisa assumir que não tem uma política consistente e moderna para readequar o setor de transporte da capital. O BRT não é má ideia, mas Iris não consegue levá-lo adiante. O velho emedebista está prestes a ganhar o apelido de Resmungão”, afirma um vereador. “Os mutirões são uma maneira de enganar o goianiense. Já que não está fazendo quase nada, ao menos não do ponto de vista estruturante, o prefeito acredita que pode ludibriar os moradores de a lguns bairros, notadamente dos mais pobres, com os mutirões — que são meras fachadas, ou engana-trouxas”, acrescenta. “A cidade está suja, encardida. Os mutirões não estão sendo úteis para desencardi-los. Não está chovendo tanto assim, mas as ruas de praticamente todos os bairros estão esburacadas. Até nos chamados bairros nobres. Fica-se com a impressão de que Iris governa não Goiânia, e sim uma cidade imaginária.”

Terceiro, a Educação, na opinião dos vereadores, teria sido entregue a um técnico que entende de vários assuntos, menos de educação e de relacionamento humano. Dois vereadores garantem que ouviram de Iris Rezende que Marcelo Ferreira não fica na Secretaria da Educação.

Quarto, a construção civil está livre, leve e solta para fazer o que quiser em Goiânia. “Iris Rezende construiu um viaduto na Avenida 85, com o objetivo de desafogar o trânsito entre os setores Sul, Marista e Oeste. No entanto, nada fez para travar a construção do Nexus, que vai colaborar para piorar o trafego das áreas. Sob Iris Rezende, a prefeitura tem sido inoperante na coibição dos abusos perpetrados por algumas construtoras”, denuncia um vereador.

Um vereador pergunta: “O que está acontecendo com Iris Rezende?” E ele mesmo responde: “O prefeito não tem mais qualquer sintonia com  capital. A cidade é João Gilberto, o afiado músico da bossa nova, e Iris comporta-se como um músico dos mais desafinados. Goiânia está num tom e Iris, noutro”.  Pior para os goianiense.