Veja quais são os 3 políticos que devem disputar o governo de Goiás em 2022
11 abril 2021 às 00h01
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Ronaldo Caiado é candidato declarado, assim como Jânio Darrot. Resta ao PSDB definir se vai com Marconi Perillo ou com José Eliton
Há dois candidatos — ou pré-candidatos — definidos para a disputa majoritária em 2022. Primeiro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do partido Democratas. Segundo, o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, do Patriota. Há a possibilidade de o PSDB bancar Marconi Perillo — que quer disputar — ou José Eliton.
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Ronaldo Caiado, do Democratas
Neste momento, Ronaldo Caiado é, segundo pesquisas que circulam nos bastidores, o favorito. É hors concours. Por isso vários políticos planejam disputar uma vaga na sua chapa majoritária. O deputado federal João Campos, embora sondado pelo Patriota, prefere disputar mandato de senador ao lado do governador.
O presidente do Republicanos acredita, de acordo com um aliado, que o líder do Democratas pode “puxá-lo” para uma vitória. De cara, passa à condição de favorito. O PSD do ex-deputado Vilmar Rocha e do senador Vanderlan Cardoso planeja bancar Henrique Meirelles para senador, e na chapa do gestor estadual.
Alexandre Baldy, cotado para um mandato na Câmara dos Deputados, insiste que vai disputar mandato de senador. Na circunstância, suas relações com Ronaldo Caiado não são positivas, mas podem melhorar, apostam seus aliados. Ele dificilmente disputará uma vaga no Senado se não for numa aliança com o governador.
O senador Luiz Carlos do Carmo, do MDB, também apreciaria disputar a reeleição ao lado de Ronaldo Caiado (de quem foi suplente). Há quem postule que pode aceitar uma suplência. Mas não é o que o emedebista afirma. Ele sempre diz, convicto, que será candidato ao Senado.
Como fica o presidente do MDB, Daniel Vilela? Tudo o que o jovem político quer é ter mandato em 2022. Não ficar planeja ficar com a imagem de promessa não-realizada. Sabe, inclusive porque faz pesquisas, que Ronaldo Caiado é favoritíssimo. Por isso, e também porque se dá bem com o governador, pode aceitar um convite para ser vice. Pode disputar o Senado, ao lado do democrata? Também é possível.
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Jânio Darrot, do Patriota
Empresário e político bem-sucedido, Jânio Darrot planeja disputar o governo de Goiás em 2022. Seu partido, presidido pelo empresário e marqueteiro Jorcelino Braga —que mantém diálogo com o presidente Jair Bolsonaro —, está decidido a bancá-lo.
Provando que está articulando para o governo, Jânio Darrot convidou o deputado federal Delegado Waldir Soares para uma conversa. Ao fim do diálogo, ficou acertado que o parlamentar será candidato a senador da coligação Patriota-PSL.
Delegado Waldir é popular — é o deputado federal mais votado das duas últimas eleições — e seu partido tem horário de televisão e fundo eleitoral gigante. Portanto, não é um aliado qualquer. É forte.
Jânio Darrot também vai dialogar com o deputado federal Zacharias Calil (DEM), quase tão popular quanto Delegado Waldir e respeitado, como médico, tanto em Goiás quanto no Brasil.
Zacharias Calil planeja disputar mandato de senador, e, como não há espaço na chapa de Ronaldo Caiado, pode sair do Democratas e disputar noutra chapa. Vale a ressalva que Jânio Darrot já fechou uma aliança com Delegado Waldir, portanto não há espaço na aliança Patriota-PSL para um outro candidato a senador. Resta saber se o parlamentar do DEM aceitaria a vice. Dificilmente aceitaria a vice, que, no fundo, é quase um cargo honorífico, sem expressão política e administrativa. A tendência é que ele dispute a reeleição, e pelo Democratas.
Na semana passada, Jânio Darrot conversou demoradamente com o presidente nacional do Pros, Eurípedes Jr. O líder político, com poder nacional, aceitaria a vice ou poderia indicar o vice do postulante do Patriota? É possível.
3
Marconi Perillo, do PSDB
O PSDB está discutindo se lança Marconi Perillo para governador ou para deputado federal, pois há quem acredite que pode se tornar um “puxador de voto”. Mas ele próprio, desconfiado por natureza, sugere a aliados que o visitam, no escritório de Goiânia — cada vez mais frequentado —, que prefere disputar o governo do Estado.
Ao contrário de otimistas contumazes, como Jayme Rincon e Jardel Sebba, Marconi Perillo, um realista visceral, avalia que tanto pode ser um “puxador de voto” quanto não ser eleito, dado o seu desgaste pessoal. Mas, entre perder para deputado ou para governador, qual seria menos vexatório? Há quem acredite que perder para deputado federal deixará o tucano-chefe com um desgaste ainda maior. Porém, se perder para governador, e para um político bem avaliado como Ronaldo Caiado, não será nenhum demérito. Pode deixar a impressão de que não disputou eleição em busca de “imunidade” parlamentar. Ao mesmo tempo fixará a marca de que não tem receio de desafios.
Definido o candidato, que pode ser Marconi Perillo — José Eliton, Paulinho Rezende, ex-prefeito de Hidrolândia, ou Valmir Pedro, prefeito de Uruaçu —, como se dará a formatação da chapa majoritária? Há quem diga que Jânio Darrot e Jorcelino Braga não querem composição com Marconi Perillo, dado o desgaste da imagem do tucano — o que, inclusive, teria contribuído para a saída do primeiro dos quadros do PSDB. Mas a pergunta é: chegando em 2022, e percebendo que não se cresce nas pesquisas de intenção de voto, o postulante do Patriota manterá o mesmo posicionamento?
Neste momento, o PSDB ensaia uma aproximação com o PT de Rubens Otoni, que exigira apoio a uma possível candidatura de Lula da Silva a presidente da República. As conversações preliminares estão sendo entabuladas por José Eliton, que já atuou como advogado do ex-prefeito de Goiânia Pedro Wilson, do PT.
Ao PT de Rubens Otoni, Kátia Maria e Adriana Accorsi, o PSDB cederia a vice e, talvez, a vaga no Senado.
O PSDB também planeja abrir conversação com o Progressistas do ex-ministro Alexandre Baldy. O tucanato percebe que o ex-deputado federal planeja compor com o governador Ronaldo Caiado, mas sugere que o governismo está “afastando” o jovem político e articulando com outros políticos tanto para o Senado quanto para vice-governador. “Baldy é inteligente e já deve ter entendido que não entra na chapa majoritária de Ronaldo Caiado. Mas na chapa do PSDB, se quiser, ele terá espaço para disputar mandato de senador”, afirma um tucano. “Avalio que uma chapa com Marconi Perillo para governador, Kátia Maria para vice e Baldy para senador terá apelo popular”, sublinha o tucano. “O elo que pode fortalecer a aliança é Lula.” Faz-se necessário uma ressalva: o Progressistas foi aliado de Lula da Silva, durante anos, mas, neste momento, o presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, é aliado do presidente Jair Bolsonaro, sem partido.