O deputado e o secretário asseguram todos os municípios com certidões em dia vão receber recursos para investir localmente

Deputados Giuseppe Vecci e Talles Barreto, do PSDB: o Goiás na Frente, mais do que um instrumento político, é um programa eficaz no sentido de revigorar as economias dos municípios goianos | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção

Como há uma espécie de muro de Berlim entre Goiânia e o interior, com a imprensa cobrindo mal o que ocorre nos municípios — se tornam notícias unicamente quando lá ocorrem fatos trágicos, como acidentes e assassinatos (você já leu uma reportagem profunda sobre a diversidade da economia das regiões do Estado?) —, sobra pouco espaço para um programa como o Goiás na Frente (há quem, como o deputado estadual licenciado e secretário extraordinário do governo do Estado Talles Barreto, acrescente: “… e a oposição para trás”). Por ser um programa público, supostamente “oficialesco” — “chapa branca” —, repórteres não o examinam com a devida acuidade, do ponto de vista puramente econômico.

O deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB), economista por formação, disse ao Jornal Opção que há quem pense que o Goiás na Frente é um programa político, no sentido de eleitoreiro, sem perceber sua dimensão social e econômica. “O país quebrou e está se recuperando lentamente — em economia, em qualquer lugar, não se vira o jogo rápido, depois de uma debacle gigantesca, como a brasileira. Mas há Estados que, dada a intervenção correta na economia, não quebraram e, deste modo, contribuíram e contribuem para impulsionar a atividade econômica. Quando paga em dia, tanto servidores quanto fornecedores, para citar dois exemplos, o governo azeita a economia. No caso do Goiás na Frente, num momento em que os governos de outros Estados não têm como ajudar os municípios — sobretudo os menores e médios, nos quais a crise é mais profunda, por falta de recursos locais —, a gestão do governador Marconi Perillo (PSDB) está alocando recursos para revitalizar suas economias. Colocar asfalto ou recapear ruas parece, mas não é, um método velho de se gerir. Na verdade, em economia tudo é integrado. Portanto, com a pavimentação de ruas sem asfalto e o recapeamento de ruas onde o asfalto se deteriorou, recursos novos entram nos municípios, conectando vários setores da economia, dinamizando-a localmente.”

Giuseppe Vecci afirma que há municípios que recebem escassos recursos do Fundo de Participação dos Municípios e do ICMS. Deste modo, “se o governo estadual põe cerca de 3 milhões — e os recursos não são exclusivamente para pavimentação —, cria-se uma ambientação nova para potencializar a economia dos municípios”.

Talles Barreto informa que, na semana passada, quatro municípios — Guapó, Itapuranga, Goianira e Acreúna — receberam a primeira parcela dos recursos. “A movimentação nas cidades, devido à chegada dos recursos, impressiona. O que prefeitos, vereadores e líderes empresariais dizem é que, com os recursos, determinados municípios saem da ‘estagnação’.” Na sexta-feira, 12, Jaraguá e Nerópolis estavam com a documentação em dia para receber os recursos. “Inde­pendentemente da filiação partidária, todos os prefeitos, desde que estiverem com suas certidões em dia, vão receber dinheiro para investir nas cidades”, afirma o secretário, que supervisiona, ao lado do vice-governador José Eliton, o Goiás na Frente. “O objetivo é desenvolver todos os municípios.”