Vecci deve ser o nome do PSDB em Goiânia

19 dezembro 2015 às 12h31

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O presidente da Agetop, Jayme Rincón, disse para integrantes do PSDB que não irá disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016. Foi a senha para os demais pré-candidatos colocarem seus blocos nas ruas. O deputado federal Fábio Sousa visitou Curitiba, colheu ideias — já está montando um plano de governo — e disse à cúpula do partido, inclusive ao governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, que pretende disputar a prefeitura. A novidade é que saiu da esfera puramente evangélica e está articulando em todos os fronts. Um deputado do PTB, que aposta em Luiz Bittencourt para prefeito, sugere que o parlamentar deu um passo adiante.
Ao contrário do que se pensa de maneira tradicional, Fábio Sousa não é uma “galinha morta” e sua resistência em alguns nichos evangélicos — que teoricamente discordam do arrojo com que o deputado e seu pai, César Augusto, dirigem a Igreja Fonte da Vida — é cada vez menor. O deputado tem se revelado, nos últimos anos, um articulador hábil, sempre aberto ao diálogo.
O problema é que, no meio do caminho, há o economista Giuseppe Vecci, visto por todos no ninho tucano como “o” deputado federal do governador Marconi Perillo (tanto que, bancado pelo líder goiano, se tornou, já no primeiro mandato, vice-presidente nacional do PSDB). Se Jayme Rincón estiver realmente fora do páreo — figuras graúdas acreditam que permanece no jogo, por ser um político que agrega —, Vecci é o nome mais cotado da base governista. Por três motivos. Primeiro, por ter uma ligação histórica com o governador Marconi Perillo. Segundo, porque é uma das apostas do tucano-chefe para o futuro imediato. O líder tucano esboça uma tese convincente: em política só perde quem não disputa eleição e uma derrota inicial pode, no futuro, ser o início de uma carreira política vitoriosa. Se disputar a Prefeitura de Goiânia, mesmo perdendo, Vecci se tornará mais conhecido e poderá apresentar suas ideias aos eleitores. Terceiro, o tucano tem o perfil técnico que os eleitores de Goiânia apreciam. É político, mas não é politiqueiro.
Políticos apontam alguns problemas. Primeiro, dizem que Vecci terá dificuldade de agregar a base. Quer dizer, não será candidato único da base, o que, avaliam, fragiliza sua candidatura. Segundo, mesmo bancado por Marconi Perillo, não terá facilidade para articular uma estrutura financeira poderosa. Terceiro, frisam que falta-lhe jogo de cintura para articular com os diferentes grupos do próprio tucanato. Quarto, estaria muito preso à articulação do tucano-chefe, o que caracterizaria falta de iniciativa.
Aos que perguntam se quer ser candidato, Vecci diz, cada vez de maneira mais convicta, que quer. Mas não planeja ser candidato dele mesmo. Quer e precisa de apoio amplo. Porque é um cristão-novo na política.