Vando Vitor, André Pio e Lêda Borges são as três principais apostas do ex-governador. Duas cidades são simbólicas

André Pio: pré-candidato a prefeito de Pirenópolis pelo PSDB | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção

Por causa da pandemia, Marconi Perillo (PSDB) não sai de seu bunker em Pirenópolis. De lá, liga para candidatos e articula em vários municípios. Mas três cidades lhe são mais caras.

Primeiro, Palmeiras de Goiás, sua cidade natal, uma espécie de Ítaca. Lá banca a candidatura do prefeito Vando Vitor (PSDB), que, embora não esteja mal eleitoralmente, vai enfrentar uma pedreira, o ex-prefeito (por duas vezes) e economista Alberane Marques, do Republicanos.

Para enfrentar Vando Vitor, que tem o controle da máquina e o apoio da cúpula tucana, Alberane Marques está tentando estruturar uma grande frente política. O ex-deputado estadual José Vitti deve apoiá-lo (Vando Vitor vai apoiar Marconi Perillo para deputado federal e Alberane Marques deve apoiar José Vitti para deputado federal ou estadual). O governismo estadual também tende a apoiar Alberane, com o objetivo de enfraquecer um aliado do tucano-chefe.

Vando Vitor: pré-candidato a prefeito de Palmeiras de Goiás pelo PSDB | Foto: Reprodução

Segundo, em Pirenópolis, Marconi Perillo fechou questão e vai apoiar para prefeito o vereador André Pio, do PSDB.

André Pio esteve com um pé no MDB de Daniel Vilela, chegaram a conversar a respeito, mas, atendendo a um pedido de Marconi Perillo, decidiu ficar no PSDB. Numa conversa, na fazenda do vereador, o tucano teria dito: “Faça-me o favor, ganhe a eleição”.

O pré-candidato do MDB, Paulo Daiam, chegou a conversar com André Pio sobre uma composição. Mas, no momento, as conversas pararam.

Terceiro, Valparaíso de Goiás. Nesta cidade do Entorno de Brasília, Marconi Perillo banca a candidatura da deputada Lêda Borges (PSDB) para prefeita. Mas há pedras no caminho. Há problemas judiciais e a parlamentar terá dificuldades para se livrar deles — talvez não consiga. Há o problema do desânimo da própria ex-prefeita.

Lêda Borges: candidata de Marconi Perillo a prefeita de Valparaíso | Foto: Wesley Costa

Num primeiro momento, Lêda Borges avaliou que seria fácil derrotar o prefeito Pábio Mossoró. Mas o gestor municipal cresceu, sobretudo depois do rompimento com a tucana. Pesquisa do instituto Real Time Big Data mostra o prefeito superando a pré-candidata do PSDB. Agora, pintou o desânimo. Porque, se perder, não perde apenas a prefeitura, mas também não terá o apoio da maioria absoluta dos prefeitos da região. Ao se candidatar a deputada mandou um recado a todos os políticos das cidades do Entorno de Brasília: elas não têm importância, só Valparaíso tem relevância.

O fato é que Lêda Borges quer sair do páreo, mas continua sob intensa pressão de Marconi Perillo. O tucano precisa que a deputada mantenha uma estrutura relativa na cidade, que tem um dos maiores eleitorados do Entorno. Como pretende disputar mandato de deputado federal em 2022, o ex-governador planeja obter o apoio de pelo menos parte dos 70 mil eleitores do município. Mas precisa ter um pé na cidade, e tal “pé” é Lêda Borges.

Obviamente, Marconi Perillo não trabalha com apenas três cidades. Mas duas, Palmeiras de Goiás e Pirenópolis — onde tem fazenda —, são simbólicas. Já o Entorno do DF é a região que considera como sua principal base. Mas, se perder Valparaíso, a cidade onde tem uma aliada mais fiel, sua situação não será nada positiva em 2022. Já Pábio Mossoró vai apoiar para deputado federal um político da região, Célio Silveira — o que, tradicionalmente, os eleitores locais aprovam.