Tarcísio de Freitas é cotado para disputar a Presidência da República. Bolsonaro recuaria

09 janeiro 2022 às 00h01
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Ele é avaliado como o “melhor” ministro de Bolsonaro, sobretudo por empresários e políticos, e representa o novo e não tem desgaste pessoal
O presidente Jair Bolsonaro é candidato à reeleição. Está definido. Mas em quaisquer circunstâncias? Talvez não.
Se persistir na faixa de 25 a 30%, como segundo colocado, atrás apenas de Lula da Silva (PT), Bolsonaro será candidato, e não recuará em hipótese alguma.
Entretanto, se for superado por Sergio Moro, do Podemos, a partir de abril deste ano, Bolsonaro poderá — vale prestar atenção no condicional — sair da disputa e abrir espaço para outro candidato.
Empresários e políticos estariam sugerindo — mais do que pressionando — que Bolsonaro banque o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para presidente da República.
Há quem postule que Bolsonaro não exibe irritação, mas também não se mostra aberto à proposta. Ele postula que Tarcísio de Freitas deve ser candidato a governador de São Paulo — o que, aliás, teria sido recomendação de um grupo de empresários do Estado.
Bolsonaro teria sugerido que, sem Geraldo Alckmin (sem partido, a caminho do PSB) na disputa, cresce a chance de Tarcísio de Freitas ser eleito. Porque São Paulo nunca elegeu um integrante do PT para governador. Acredita-se, nas hostes do Palácio do Planalto, que Fernando Haddad será derrotado pelo ministro da Infraestrutura, numa eleição polarizada.
Se Bolsonaro perder a Presidência, ganharia, com Tarcísio de Freitas, o governo de São Paulo — Estado que, a rigor, é um verdadeiro país dentro do país, e mais rico do que Argentina, Colômbia e Chile. Na América Latina, só perde, em termos de PIB, para o Brasil e para o México.
Discreto, Tarcísio de Freitas não quer encrenca com seu padrinho político. Mas, se Bolsonaro recuar, é provável que aceite a incumbência de disputar com Lula da Silva.
Tarcísio de Freitas é avaliado como o “melhor” ministro de Bolsonaro, sobretudo por empresários e, mesmo, por políticos. Ele representa o novo e, apesar do desgaste do governo federal, não tem desgaste pessoal ou político. Há quem, nas hostes bolsonaristas, que pode ser um antídoto tanto contra Lula da Silva (o “velho”) quanto contra Sergio Moro (o “novo”).