Silas Malafaia operou para Bolsonaro repassar PL para Márcio Corrêa

07 abril 2024 às 00h00

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O PL estava nas mãos de Márcio Cândido, vice-prefeito de Anápolis. Com o partido, o pastor evangélico seria candidato a prefeito de sua cidade. Com o apoio do prefeito Roberto Naves, do Republicanos.
No meio do caminho, um longo caminho, surgiu, não uma pedra, e sim uma montanha. Silas Malafaia, um dos principais líderes da Assembleia de Deus em nível nacional. A mesma igreja de Márcio Cândido, contra o qual o veterano pastor nada tem. Pelo contrário.
Como se sabe, depois de Deus, o que se diz nas hostes bolsonaristas é que o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, é o religioso mais ouvido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Costuma-se dizer que o chefão do PL, aquele que realmente manda e desmanda, não ouve ninguém — nem mesmo sua mulher, Michelle Bolsonaro. Ele só faz o que quer. Mas, quando Silas Malafaia fala, com sua voz tonitruante, até as águas do Paranoá ficam ainda mais paradas. Bolsonaro para e o escuta.
De acordo com uma fonte — não se sabe se exagerada ou entusiasmada —, Silas Malafaia teria ligado para Jair Bolsonaro: “Em Anápolis é o C”. O ex-presidente teria perguntado: “O Cândido?”. “Não. Estou falando do Corrêa, sem ‘i’ e com acento circunflexo na letra ‘e’. Tá-oquei?”

A história até parece meio ficcional. Mas tem lógica. Tanto que Márcio Corrêa foi guindado ao posto de pré-candidato do PL a prefeito de Anápolis.
Márcio Corrêa deve muito, talvez tudo, ao primeiro-amigo de Bolsonaro em Goiás, o ex-deputado Major Vitor Hugo, que o defendeu, ante o chefão, desde o início, com unhas, dentes, quepes e coturnos.
Num primeiro momento, o senador Wilder Morais, presidente do PL em Goiás, havia se alinhado com Márcio Cândido, que tinha o apoio de pastores evangélicos e do prefeito Roberto Naves (consta que o líder do PL estava de olho no terreno da rodoviária local para ampliar seu shopping). (E.F.B.)