Serpes: entenda por que eleitores podem surpreender e derrotar Marconi Perillo
25 setembro 2022 às 00h04
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De acordo com a maioria das pesquisas de intenção de voto, Marconi Perillo, do PSDB, é o favorito para a disputa da vaga do Senado no dia 2 de outubro deste ano.
Mas… e sempre há um “mas” política e na vida… A pesquisa Serpes contém números por trás dos números valem um breve exame especulativo.
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Primeiro, a última pesquisa Serpes revela que os eleitores indecisos somam 46,6%. Ou seja, na reta final, tais eleitores podem desequilibrar o jogo. De repente, o candidato que está aparecendo em primeiro lutar por cair para segundo ou terceiro lugar.
Delegado Waldir Soares, do União Brasil, Wilder Morais, do PL, Alexandre Baldy, do pP, e João Campos, do Republicanos, em decorrência do número de indecisos, têm condições de virar o jogo e superar Perillo.
É possível que, se os eleitores perceberem que um deles pode deslanchar e, assim, derrotar Perillo, a virada poderá acontecer. Fica-se com a impressão de que os eleitores estão verificando a “estatura” dos demais candidatos e, na hora agá, podem concentrar votos num deles para derrotar o tucano. O passado recente de Perillo pode ser um fantasma que ainda “assusta” os goianos que votam.
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A rejeição de Perillo é a mais alta — 19,1%. Mas convém que o leitor examine outro dado, digamos, subterrâneo. O tucano aparece com 25,5% das intenções de voto. Noutras palavras, 74,7% dos eleitores estão dizendo que não votam no ex-governador para o Senado. O dado chega ser espantoso e, ao mesmo tempo, auspicioso para os demais candidatos.
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Há outro dado que, apesar de não exibido nas análises da pesquisa Serpes, sugerem certa fragilidade do tucano. Delegado Waldir Soares (13%) e Wilder Morais (11,1%), juntos, têm 24,1% das intenções de voto. Ou seja, 1,2 pontos a menos do que Perillo.
Todos os candidatos (Delegado Waldir, Wilder Morais, João Campos, Alexandre Baldy, Denise Carvalho, Vilmar Rocha, Leonardo Rizzo, Manu Jacob), em conjunto, têm 45% das intenções de voto. Ou seja, 19,7 pontos a mais do que Perillo.
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É preciso sublinhar que, até o momento, não há um clima de virada. Porém, se não há, é porque os eleitores ainda não se definiram em relação aos candidatos a senador. A frente de Perillo pode ser meramente inercial e, quando os eleitores começarem a se definir realmente, pode virar pó.
Na reta final, a campanha tende a esquentar, com todos os exércitos eleitorais em campo, tencionando de maneira vigorosa. Por isso, pode-se sugerir que, apesar de favorito, Perillo pode acabar se tornando o grande derrotado do pleito de 2022.
Não se está dizendo que Perillo já perdeu — o que não seria correto —, e sim que, se os eleitores se definirem de acordo com os números apontados acima, pode acabar perdendo. Seu índice na pesquisa não é ruim, mas não é seguro. Não é à toa que, nos últimos dias, está concentrando energia na Grande Goiânia — onde sua rejeição é maior do que no interior do Estado. O tucano é astuto, mas os eleitores parecem desconfiados em relação a ele e, por isso, não estão lhe dando uma frente confortável. Talvez seja possível sugerir o seguinte: o eleitor está na “espera”. Na espera de que um candidato, com estatura, deslanche e aí poderá segui-lo — para, quem sabe, impor uma derrota ao tucano.
Então, o quadro para Perillo parece confortável. Mas não é. Pode-se concluir: o tucano é mesmo forte, ma non troppo.