Senadores sugerem que processos podem inviabilizar mandato do senador Jorge Kajuru

05 maio 2019 às 00h00

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Políticos experimentados propõem que o político de Goiás apresente provas consistentes de suas denúncias

Por enquanto discretamente, e só nos bastidores, senadores começam a sugerir que processos — se em grande quantidade — podem, a médio ou longo prazo, inviabilizar a permanência de Jorge Kajuru no Senado.

Em pouco tempo, seguindo um marketing que gera popularidade e processos judiciais, Kajuru atacou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e dois governadores, João Doria, de São Paulo, e Ibaneis Rocha, do Distrito Federal. Os dois não vão recuar dos processos judiciais. Antes, na campanha, havia atacado duramente os senadores Vanderlan Cardoso (PP) e Luiz Carlos do Carmo (as críticas foram extensivas a um irmão religioso, o pastor Oídes José do Carmo, uma referência local e nacional da Assembleia de Deus) , do MDB — com os quais “assinou” uma paz provisória. Sabe-se que os dois toleram, não querem briga, mas “não perdoam” Kajuru.

Há quem avalie que tais críticas, sem provas cabais, vão gerar um desgaste que, de tão corrosivo, tornará Kajuru indefensável. Senadores já fazem apostas: “Quem será o próximo a ser atacado pelo senador de Goiás?”
Senadores sugerem que o político de São Paulo, mas radicado no Cerrado, precisa moderar-se. Porque, se um dia for a julgamento no Senado, pode ficar sozinho — como ficou Demóstenes Torres há alguns anos. Eles sublinham que as críticas de Kajuru podem até conter verdades, mas o líder do PSB não apresenta provas cabais do que diz. “No Estado Democrático de Direito quem acusa tem de apresentar as provas e, quando mais graves as denúncias, mais contundentes devem ser as provas”, frisa um senador.
Um dos processos que dará mais trabalho a Kajuru, postulam senadores, será o do ministro Gilmar Mendes.