Pesquisadores e cientistas políticas, consultados pelo Jornal Opção, insistem que pesquisa de intenção de voto para deputado federal e estadual esbarra num fato: o voto é praticamente distrital no Brasil. A deputada estadual Adriana Accorsi, por exemplo, costuma ter uma votação maciça em Goiânia. Como será para deputado federal? Não dá para saber, dizem os experts consultados. Mas postulam que terá uma grande votação na capital e pode ser eleita só com os votos da principal cidade do Estado, que tem pouco mais de 1 milhão de eleitores. O mesmo ocorre com o deputado federal Célio Silveira, do MDB, que tende a ser eleito com os votos exclusivos do Entorno de Brasília. Se uma pesquisa incluir todo o Estado, menos o Entorno do Distrito Federal, o parlamentar não será bem avaliado.

Silvye Alves, candidata a deputada federal pelo União Brasil | Foto: Divulgação

Mas é possível saber quais serão os campeoníssimos de voto? Também não. Mesmo assim, os entrevistados, baseados em algumas pesquisas e nas apostas de políticos profissionais e “fazedores” de campanhas, listam aqueles que, na perspectiva deles, devem ser os campeões e voto.

Adriana Accorsi: deputada estadual pelo PT | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

 A aposta de todos é que duas mulheres vão disputar, passo a passo, quem será a campeã de votos de 2022: Silvye Alves, do União Brasil, e Flávia Morais, do PDT. Os consultados dizem que todos esperam que Sylvie Alves, por ser uma estrela do jornalismo televisual em Goiás, seja a mais votada. Mas a maioria deles sugere que ninguém deve ficar surpreso se Flávia Morais for a mais votada. Porque, de acordo com eles, a jornalista é um fenômeno mais de Goiânia e Flávia Morais, pelo contrário, tem votos em todo o Estado — inclusive em Goiânia. Há uma voz discordante: por ter sido apresentadora da TV Record, durante anos, a repórter seria conhecida em todos os municípios.

Gustavo Gayer, candidato a deputado federal pelo DC | Foto: Reprodução

Há uma questão curiosa a respeito de Adriana Accorsi, do PT. Há uma aposta global de que terá de 100 mil a 150 mil votos — o que, se ocorrer, a colocará entre os mais votados do pleito deste ano. (O PT, ancorado na onda Lula da Silva, pretende eleger três deputados federais: Adriana Accorsi, Edward Madureira e Rubens Otoni. Na pior das hipóteses, aposta-se em dois eleitos, possivelmente a deputada estadual e o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás — há quem observe que, de campanha para campanha, o político de Anápolis vem perdendo substância eleitoral.)

Zacharias Calil, deputado federal pelo União Brasil | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Os entrevistados sugerem que um político jovem, Gustavo Gayer, do partido Democracia Cristã, não deve ser subestimado. Há quem comente que é um fenômeno das redes sociais. Mas um cientista político discorda: o membro do DC é, de fato, onipresente nas redes sociais. Mas é preciso dizer que as pessoas “vivem” mais nas redes sociais do que fora delas. Há quem postule que o youtuber está “herdando”, em larga medida, os votos “do” Delegado Waldir Soares, do União Brasil. Absorvendo o voto do conservadorismo, estaria ficando conhecido como o grande nome do bolsonarismo em Goiás — do ponto de vista eleitoral.

Um dos pesquisadores afirma que não ficará surpreso de Gayer for o mais votado do pleito deste ano. Um cientista político contrapõe: ele pode ter tanto 200 mil votos quanto 100 mil votos. Mas não há quem discorde: “Será eleito”, possivelmente o mais votado do PL.

Matheus Ribeiro: candidato a deputado federal pelo PSDB | Foto: Divulgação

Os entrevistados sugerem que o deputado federal Zacharias Calil pode não empolgar tanto quanto em 2018, quando foi o terceiro mais votado, atrás apenas de Delegado Waldir e Flávia Morais. Há uma aposta de que terá de 100 mil a 150 mil votos.

Há uma incógnita — o jornalista Matheus Ribeiro. O PSDB está investindo pesado — com dinheiro e estrutura — para tentar elegê-lo. Ele é mais conhecido do que a maioria dos candidatos, porque apresentou, durante anos, o jornal noturno da TV Anhanguera (chegou a apresentar o “Jornal Nacional”, da TV Globo). Por que postulam que é uma incógnita? Porque não se sabe se “conhecimento” vai se traduzir em votos. Mas alguns dos entrevistados acreditam que terá mais de 100 mil votos e será o único eleito do tucanato (indicam que a chapa do partido é fraca eleitoralmente).