Se tivesse lido Dostoiévski, Álvaro Guimarães não falaria tanto em moralidade
30 julho 2016 às 11h39

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“Se você tem uma verruga na testa ou no nariz, vive imaginando que ninguém no mundo tem outra coisa a fazer a não ser olhar para essa verruga, fazer troça dela e, por causa dela, desprezar você, ainda que você tenha descoberto a América”. Dostoiévski é um ícone da literatura mundial porque, mesmo tendo vivido no século 19, o escritor é sempre atua.
Se tivesse lido Dostoiévski, Álvaro Guimarães não seria tão duramente criticado em Itumbiara, cidade onde será candidato a prefeito. Acontece que o deputado do PR tem feito de sua bandeira de campanha a moralidade. “Só fala de moral”, diz um morador da cidade.
Qual o problema? O problema é que uma “verruga” passou despercebida do deputado: ainda no ano passado, o Ministério Público abriu inquérito para apurar gastos indevidos de verba indenizatória. Entre os investigados, o deputado Álvaro Guimarães, que foi investigado por ter gastado mais R$ 50 mil em refeições com dinheiro público.
Dostoiévski tem razão: mesmo quando o dono da verruga não se lembra dela, há sempre quem repare. Nesse caso, o eleitorado.