Um petista assinala que o PT pode compor inclusive com Jânio Darrot, desde que o líder do Patriota suba no palanque de Lula da Silva

A pesquisa do Datafolha, mostrando Lula da Silva com 41% e o presidente Jair Bolsonaro com 23% — e indicando que o petista seria eleito no segundo turno contra qualquer candidato, inclusive o líder da direita —, deu novo gás ao PT em Goiás.

Antes da ascensão de Lula da Silva, o PT goiano cogitava eleger apenas um deputado federal — Rubens Otoni. Estava se formatando uma força-tarefa, com quatro ou cinco postulantes, com o único objetivo de mantê-lo em Brasília. Mas agora há a aposta de que o partido pode eleger pelo menos dois deputados federais: Rubens Otoni e Adriana Accorsi (ou Luis Cesar Bueno).

Mas a questão dos deputados é, para a cúpula nacional, um jogo secundário. Há uma recomendação de Lula da Silva para que, nos Estados onde não tem candidatos fortes a governador, o PT apoie o aliado político que fechar com a candidatura presidencial de seu líder maior.

Daniel Vilela e Rubens Otoni: aliança de centro-esquerda | Foto: Reprodução

Em Goiás com quem o PT pode compor para governador? O Jornal Opção apurou que o petismo quer fechar uma aliança com Daniel Vilela — ou com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (menos apreciado pela esquerda, por ter fama de bolsonarista e de evangélico da direita radical).

Daniel Vilela é presidente do MDB e, como o pai, Maguito Vilela, tem bom trânsito com o PT. A cúpula petista tem buscado informações sobre os reais projetos do emedebista. “Pelo visto, por receio de correr riscos e por temer ficar longe do poder por oito anos, Daniel quer compor com o governador Ronaldo Caiado, do partido Democratas. Entretanto, se optar pela disputa do governo e subir no palanque de Lula para presidente, nós vamos acompanhá-lo”, afirma um petista. “Ante a importância do projeto de Lula, sobretudo sua alta viabilidade eleitoral, o PT não deve lançar candidato, como Kátia Maria, unicamente para marcar oposição”, acrescenta.

Como o projeto principal do PT é Lula da Silva, o petismo goiano não se esforçaria para impor nenhum candidato na chapa majoritária de Daniel Vilela. “Mas, se for possível, Rubens Otoni poderia disputar a vice ou mandato de senador, o que abriria espaço para Adriana Accorsi e Luis Cesar Bueno disputar mandato de deputado federal”, afirma o petista.

Uma composição com o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, pré-candidato do Patriota, é possível? “Pela leitura dos jornais, o Patriota vai apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, o que inviabiliza qualquer aliança em Goiás. No entanto, se Jânio Darrot subir no palanque de Lula, sobretudo se Daniel Vilela não for candidato a governador, a composição é possível”, afirma o petista.