Se Ana Paula Rezende desistir, Pedro Sales “não” desiste e pode disputar a Prefeitura de Goiânia
09 abril 2023 às 00h03
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Há quem pense no titular da Secretaria de Infraestrutura do governo de Goiás, Pedro Sales, como mero “técnico”. De fato, sua formação técnica é visível. Trata-se de um gestor eficiente e responsável. Formado em Direito, mostrou, tanto na Goinfra quanto começa a mostrar agora na Seinfra, que tem espírito administrativo e empreendedor. Não só. Ele tem uma visão ampla do que é o governo. Sabe, por exemplo, que o governador Ronaldo Caiado, com sua visão de estadista, não pensa apenas em obras por si. Na verdade, o que ele quer, para além do crescimento econômico, é o desenvolvimento global do Estado. Noutras palavras, o gestor estadual pensa num Estado do bem-estar social, com a inclusão real dos pobres, que poderá modelar um programa nacional.
Se a formação técnica é decisiva para se empenhar na construção de obras, Pedro Sales também tem uma visão política ampla (tanto que estudou o sistema partidário brasileiro — objeto de sua dissertação de mestrado).
Pedro Sales pode ser candidato a prefeito de Goiânia? Pode. A rigor, não há nenhum empecilho. Ele é jovem, tem capacidade administrativa, é tocador de obras (o que Goiânia está precisando), é decente e tem capacidade administrativa. Portanto, seu perfil combina com aquilo que os goianienses, de acordo com pesquisas recém-feitas, estão pedindo: um administrador arrojado que leve a capital a um outro patamar. No momento o que se diz é que a capital é administrada como se fosse uma cidade pequena ou de médio porte do interior.
Há, claro, um problema — se é problema — no caminho de Pedro Sales. Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende e Iris Araújo, é cotada para disputar a Prefeitura de Goiânia. Se for, terá o apoio de Ronaldo Caiado (União Brasil) e do vice-governador Daniel Vilela (MDB). Ou seja, começará com uma estrutura política altamente relevante — que nenhum outro postulante terá.
Ana Paula Rezende tem conversado com alguns políticos. Nas hostes palacianas e no emedebismo acredita-se que será candidata. Porém, alguns de seus apoiadores sublinham que, mesmo admitindo a possibilidade de ser candidata, a filha de Iris Rezende (e todos dizem que não pode ancorar todo o seu discurso na questão da defesa do legado do pai) não demonstra a convicção natural (e necessária) dos políticos. Aqueles que conversam com ela dizem o seguinte: “Ana Paula quer ser prefeita de Goiânia, para dar continuidade ao trabalho do pai, mas passa a impressão de que não quer ser candidata. Motivo: não aprecia os compromissos que se tem de fazer para disputar uma eleição”.
Se Ana Paula Rezende não quiser — e o governismo ancorado no União Brasil e no MDB acha que, no fundo, quer —, há pelo menos três alternativas: Bruno Peixoto, presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Silvye Alves, deputada federal, e Pedro Sales. Os três são do União Brasil, o que mostra que o partido do governador é consistente, política e eleitoralmente, na capital.
Bruno Peixoto tem dito que planeja disputar mandato de deputado federal em 2026 e um bom observador pode constatar que, neste momento, já está montando uma nova base eleitoral, muito mais ampla do que a de 2022.
Silvye Alves já aparece bem nas pesquisas, porém nunca fez um pronunciamento contundente a respeito de suas intenções em Goiânia. Veteranos dizem: “Se tem a intenção de disputar algum cargo majoritário, Silvye precisa ficar mais próxima do Palácio das Esmeraldas”. Há, até, quem postule que pode ser o grande nome do governo do Estado na disputa da Prefeitura de Aparecida de Goiânia. O outro nome, Glaustin da Fokus, é visto como “muito elitista”.
Pedro Sales aprecia desafios. A disputa da Prefeitura de Goiânia seria o maior de sua vida. Quem o conhece sublinha: “Não foge de nenhum desafio. Pelo contrário, gosta de desafios”.(E.F.B.)