Ana Prestes carrega no sobrenome e na própria trajetória o espírito aguerrido de busca por justiça social: ela é neta de Luiz Carlos Prestes, o “Cavaleiro da Esperança”, e, como o avô, também comunista – é filiada ao PCdoB há mais de 20 anos e começou sua militância no movimento estudantil na União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao partido.

Socióloga e doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela é também assessora na Câmara dos Deputados e foi escolhida pela sigla para disputar, pela segunda vez, uma cadeira na Casa – ela já havia sido candidata em 2018 e agora repete o desafio, com mais experiência.

Feminista militante, Ana tem como bandeira fundamental para sua atuação no Legislativo a luta pelos direitos das mulheres, pauta que defendeu também como escritora: ela é autora dos livros infanto-juvenis Mirela e o Dia Internacional da Mulher e Minha Valenta Avó – neste, narra a história de Maria Prestes, sua avó, que morreu no início do ano – e organizadora de outro, Cem Anos de Luta das Mulheres Pelo Voto. Neste, contou com prefácio de uma personalidade que também se tornou cabo eleitoral de sua candidatura: a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que chegou a gravar um vídeo especial para a campanha.

Ana Prestes é uma “russo-goiana”, por assim dizer: nasceu em Moscou, onde seus pais viviam – como também seu avô, durante o período da ditadura militar no Brasil nos anos 70 – e também estudavam. Seu pai, José Nicodemos Rabelo, se tornou professor do Instituto de Física da Universidade Federal de Goiás (UFG) e, com a mulher, Ermelinda Prestes, e os dois filhos – Ana e João Luiz –, veio morar em Goiânia, onde o casal reside até hoje.

Em sua atuação como militante, Ana virou figurinha carimbada na mídia progressista, sempre colaborando com canais como Opera Mundi, Fórum e TV Grabois. O engajamento na comunicação – ela também é conhecedora do cenário geopolítico internacional, especialmente da América Latina – trouxe apoio direto, para sua campanha rumo ao Congresso, de figuras respeitadas no círculo da esquerda, como o jornalista Breno Altman e o escritor e professor de Economia Elias Jabbour.