Ronaldo Caiado é cotado para se filiar ao PMDB em 2017. Mas quer sair do DEM?

Filiar-se não significa necessariamente que será candidato do PMDB em 2018. O senador certamente não vai correr o risco

O senador Ronaldo Caiado, presidente do DEM em Goiás, é um político de posições firmes e não aprecia salamaleques. Parte dos iristas quer vê-lo filiado ao PMDB, em 2017, para que possa disputar o governo pelo partido em 2018. Parece uma boa ideia. Mas o fato é que o líder político não parece disposto a sair do DEM, onde é respeitado e acatado em nível nacional. Outro problema é que, mesmo se sair do Democratas e filiar-se ao PMDB, quem tem condições de garantir-lhe que será candidato a governador em 2018? Ninguém.

Ao assumir a Prefeitura de Goiânia, a partir de 1º de janeiro de 2017, Iris Rezende passa a ter mais força política (dinheiro e cargos), mas o fato é que se tornou um líder político apenas da capital, sem presença regional ostensiva. Ao contrário do decano do PMDB, o deputado Daniel Vilela e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, tem forte presença no interior. Hoje, na verdade, são os dois principais líderes do partido, tanto que Daniel Vilela derrotou o candidato de Iris Rezende, Nailton “Rezendinho” Oliveira, na disputa pela presidência do PMDB.

Portanto, político sagaz, Ronaldo Caiado sabe que uma filiação ao PMDB, longe de fortalecê-lo, pode, na verdade, enfraquecê-lo e, assim, impedir sua candidatura a governador de Goiás em 2018. O líder do Democratas planeja disputar o governo, na próxima eleição, porque sabe que, aos 69 anos (em 2018), possivelmente será a sua última chance. Mais: se disputar e perder em 2018, permanece como senador. Ao passo que, se disputar em 2022, quando terá 73 anos, e se perder, não continuará senador, ficando sem mandato e aí só poderá ser candidato de novo em 2026, quando terá 77 anos. Como médico, e dos bons, sabe que nem todos são como Iris Rezende, que, aos 83 anos, continua forte e pensando em política 24 horas por dia.