Romário Policarpo fortalece Bruno Peixoto e vice-versa na disputa pela Prefeitura de Goiânia

02 julho 2023 às 00h16


COMPARTILHAR
Eleições majoritárias exigem candidatos efetivamente interessados e não hesitantes. Ana Paula do Iris, do MDB, quer realmente ser candidata a prefeita de Goiânia? Um irista postula que a filha de Iris Rezende quer ser prefeita, mas não tem muita vontade de ser candidata, o que é complicado. Ela estaria sendo pressionada pela velha guarda irista — como Paulo Ortegal — para disputar. Mas seu marido, Frederico Craveiro Peixoto, assim como seus sócios na construtora FGR — criadora dos condomínios Jardins —, estaria orientando a empresária ficar fora do processo, optando por apoiar um candidato. O empresário teria sugerido que aceita que dispute a vice, porque, assim, seu CPF não estará sob risco.
Pesquisadores especializados em levantamentos qualitativos dizem que os eleitores não estão interessados em votar na “filha de Iris”. O que eles querem saber é se ela tem capacidade administrativa e experiência política (sem experiência política não se consegue relacionar nem com os vereadores nem com a sociedade). Na prática, querem um novo Iris Rezende — ou seja, um gestor experiente, que termine as obras e não deixe a cidade suja e as ruas esburacadas —, mas não necessariamente uma parente. O que se diz, nas pesquisas — e frise-se que poucos eleitores sabem quem é Ana Paula do Iris, exceto quando o nome “mágico” do falecido ex-prefeito é mencionado —, é que Goiânia não quer apoiar um “amador”. Há uma insatisfação com o resultado da eleição de 2020. Os eleitores se sentem “enganados”, de acordo com as pesquisas.
Se Ana Paula do Iris não articula — exceto com a velha guarda irista (a bem da verdade, ela conversou, há poucos dias, com pessoas de Campinas) —, o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), até por ser um político nato, com vários mandatos de vereador e deputado estadual (teve votos, em 2022, que o elegeria para deputado federal), articula com desenvoltura em Goiânia. Tanto para ser candidato a prefeito quanto a deputado federal — seus dois projetos. A rigor, o parlamentar não definiu que será candidato, até porque, disciplinado e leal, está esperando o posicionamento do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, e do vice-governador Daniel Vilela, do MDB. Quando perguntado sobre Ana Paula do Iris, ele só tem elogios, sugerindo que tem valor político e pessoal. Se ela for a candidata da base governista, não hesitará, por lealdade ao grupo político, em apoiá-la.
Embora não se apresente como candidato, porque espera a definição de Ronaldo Caiado, Bruno Peixoto articula na capital, tendo como parceiro o presidente da Câmara Municipal e vice-prefeito Romário Policarpo. Faz isto porque os verdadeiros políticos — como ele, Ronaldo Caiado e Daniel Vilela — articulam o tempo inteiro. Para eles, a política nunca está parada. Está parado é aquele que pensa que a política para.
Romário Policarpo é um articulador nato — um workaholic, como Bruno Peixoto. Os dois (assim como Gustavo Mendanha, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia) têm conversado com frequência. Mais do que isto, têm circulado juntos, mantendo contato com a sociedade e populares em vários lugares da capital.


Pense na Romaria de Trindade. Pois lá estavam Bruno Peixoto e Romário Policarpo, irmanados (e andando a pé, de calção e camiseta), e dialogando com todo mundo — com o povão, políticos e religiosos. Os dois são políticos presentes nas realizações da sociedade.
Por conhecer Goiânia como a palma de suas mãos, Romário Policarpo está levando Bruno Peixoto a vários lugares, onde, aliás, o deputado estadual já circulou, dado ao fato de ser atento às coisas da cidade. Recentemente, os dois estiveram na Região da Rua 44 e conversaram demoradamente com comerciantes e clientes das lojas. Um lojista chegou a chamar Bruno Peixoto de “prefeito”. Os parlamentares estiveram também em instalações da Igreja Católica, conversando com religiosos.
Romário Policarpo, como presidente da Câmara e vice-prefeito (Rogério Cruz era vice-prefeito e assumiu, com a morte do prefeito eleito Maguito Vilela; assim o jovem político se tornou vice-prefeito da capital), tem uma força política imensa em Goiânia. Ele articula com empresários, com feirantes, com funcionários públicos (o pessoal da Guarda Municipal o trata como herói, até porque ele é membro da instituição) e mantém diálogo permanente com políticos de vários partidos. Bruno Peixoto faz o mesmo a partir da Assembleia Legislativa. Comenta-se, na Alego, que nunca houve, na história da instituição, um político tão agregador quanto ele.
Numa disputa eleitoral, um exército de vereadores — com as estruturas político-eleitorais correspondentes — e de deputados estarão nas ruas para pedir votos para Bruno Peixoto e Romário Policarpo. O que, a rigor, se está dizendo?
Avançando o sinal, porque os dois pouco falam a respeito, o que se está dizendo é que Bruno Peixoto pode ser candidato a prefeito e Romário Policarpo pode ser o seu vice. Seria uma chapa de uma dupla que conhece Goiânia, sabe quais são seus problemas e, crucial, sabem como resolvê-los. Gerir a Assembleia Legislativa, caso de Bruno Peixoto, e a Câmara Municipal de Goiânia, caso de Romário Policarpo, é como administrar uma prefeitura de médio porte. Exige capacidade administrativa e política.


Comenta-se que Romário Policarpo trocará, em breve, o Patriota pelo MDB, atendendo convite do vice-governador Daniel Vilela. Então a chapa em Goiânia teria um postulante do União Brasil e um postulante, na vice, do MDB. (Consta que a base governista vai apoiar os candidatos do MDB em Aparecida de Goiânia e em Anápolis — Vilmar Mariano e Márcio Corrêa. Então, em Goiânia, tende a apoiar um cabeça de chapa do União Brasil, o partido do governador Ronaldo Caiado.)
Aliados de Bruno Peixoto e Romário Policarpo, estribados em pesquisas de intenção de voto, postulam que o candidato governista vai enfrentar, no segundo turno, o deputado federal Gustavo Gayer, do PL. Eles admitem que o senador Vanderlan Cardoso é forte, mas não tem grupo político. Então, irá sozinho para a campanha e se tornará presa fácil dos adversários. O parlamentar do Partido Liberal vai bater doído no postulante do PSD, que tende a ir para a defensiva.
Como se comportará Ronaldo Caiado, por sinal bem avaliado em Goiânia? O governador tende a apoiar aquele candidato que conseguir uma montar uma estrutura adequada de campanha. Ele vai operar para que Goiânia não se torne um bunker da oposição. Porque, se conquistar a capital, a oposição irá mais forte para a disputa eleitoral de 2026, quando Daniel Vilela será candidato a governador (portanto, precisará ter um aliado na Prefeitura de Goiânia), Gracinha Caiado será candidata a senadora e Ronaldo Caiado será candidato a presidente da República.
Uma pesquisa recente mostra Bruno Peixoto com 7%, há levantamentos em que Romário Policarpo aparece com 4% — e os dois, ao contrário de Vanderlan Cardoso e Gustavo Gayer, nunca se apresentaram como candidatos. Juntos, eles têm entre 11% e 12%. Ou seja, são fortes. Com a estrutura em ação — com generais eleitorais do porte de Ronaldo Caiado, Daniel Vilela, Gustavo Mendanha, Silvye Alves, Delegado Waldir Soares e Ana Paula do Iris —, tendem, em pouco tempo, a virar o jogo. Por isso, a tendência é que a disputa de 2024 se dê entre o candidato da base governista contra Gustavo Gayer ou Vanderlan Cardoso. O que fará a diferença são o grupo e a estrutura.
Juntos, Bruno Peixoto e Romário Policarpo poderão representar a renovação com experiência. São líderes tanto para o presente quanto para o futuro. (E.F.B.)