A interlocutores, privadamente, o ministro da Economia admite deixar o cargo. Consultado pelo UOL, frisou que não vai sair do governo

A jornalista Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”, afirma que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pode deixar o cargo.

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes: o “amor” está acabando | Foto: Reprodução | Ueslei Marcelino/Reuters

Em conversas com interlocutores, Paulo Guedes estaria aumentando o tom de suas queixas. No momento, seu principal atrito é com o Centrão, dada a questão do Orçamento. Ele quer gastar menos e o grupo político que apoia o presidente Jair Bolsonaro quer gastar mais. Afinal, o Brasil terá eleições daqui a um ano, cinco meses e alguns dias.

Sob pressão, Paulo Guedes admitiu que pode entregar o cargo — e sem problemas.

Aparentemente num tom irônico, postulou que os líderes do Centrão devem indicar o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para substitui-lo. O Posto Ipiranga e o Postão Gastador não se dão. São adversários, e inclusive há quem avalie que Bolsonaro é mais simpático a Rogério Marinho.

Rogério Marinho pertence ao grupo dos que querem gastar mais e estão preocupados com a reeleição de Bolsonaro (daí a empatia com o presidente). Paulo Guedes é mais técnico. Seu rival é mais político, daí ter caído nas graças do Centrão.

Rogério Marinho e Paulo Guedes: adversários nada cordiais | Foto: Reprodução

Entretanto, consultado pelo UOL, Paulo Guedes disse que “não pretende deixar o cargo”. Mas no seu círculo há quem diga que o ministro se sente cada vez menos confortável. O presidente estaria indo para um lado e ele para o outro. Sua capacidade de influenciar Bolsonaro seria cada vez menor.

Entre empresários e banqueiros nacionais e internacionais, Paulo Guedes ainda é a figura que empresta alguma credibilidade ao governo de Bolsonaro.

Bolsonaro mantém Paulo Guedes no governo talvez para manter uma fachada liberal. Mas o presidente é um político nacionalista, estatista e populista — o oposto de seu ministro liberal. Algum deles está sendo enganado ou está se enganando? Bolsonaro não mudou nada… tudo indica.