Nilson Gomes

Lembra daquele meme sobre a pessoa que quer chegar ao paraíso, mas não quer morrer? Pois não se esqueça de um dos lugares que você precisa conhecer vivinho da silva, inclusive para sua vida melhorar. É Minaçu, a 480 quilômetros de Goiânia. Não, não é longe, pois quando chega lá o visitante rejuvenesce. O município é lindo, lindo, lindo. Existem outros adjetivos para defini-lo, mas não mais lindo que… lindo. Tem até praia na zona urbana. E as cercanias da cidade são ainda mais maravilhosas, com dois imensos lagos, Cana Brava e Serra da Mesa. O administrador de empresas Roger Seabra quer a responsabilidade de governar essa obra-prima, que tempos atrás sofreu alguns baques.

Roger (em pé) e Gracinha visitando Minaçu para implantar projeto de piscicultura | Foto: Divulgação

Em 29 de novembro de 2017, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a lei que autorizava o uso de amianto, outra riqueza de Minaçu além das atrações turísticas. Após a decisão ser publicada, a 11 de fevereiro de 2019, o desemprego se generalizou no município. Em vez de chorar… aliás, depois de chorar, Roger foi se acudir com um amigo de sua família e de Minaçu, o governador Ronaldo Caiado, de quem é assessor. Levou o problema e três soluções:

1)        O Estado reunir o máximo de argumentos e lideranças possível e manter a batalha pró-amianto;

2)        Licenciar a extração de outro minério, terras raras;

3)        Investir em outras formas de geração de emprego, como a implantação de frigorífico de peixes.

Caiado topou e autorizou Roger a articular nos três polos. Spoiler: conseguiu triplamente.

1)        “Em 23 de janeiro de 2023, o STF autorizou a volta da extração de amianto”;

2)        “Hoje, a mineradora Serra Verde emprega mais de mil pessoas em Minaçu e já está tudo pronto para extrair terras raras”;

3)        “Dona Gracinha foi decisiva em favor das famílias de pescadores”.

Em Minaçu, no Norte de Goiás, o governador Ronaldo Caiado apresenta a licença para a Serra Verde extrair terras raras | Foto: Divulgação

Há 30 anos, Roger tinha 6 de idade quando chegou com a família a Minaçu, para o avô montar uma sorveteria e o pai, uma imobiliária. E ali já se vivia do crisotila, espécie de amianto que nada de mal faz à saúde. Sem saber dessa virtude, apenas resguardadas em fake news, autoridades decidiram banir o crisotila devido a doenças provocadas por outras espécies de amianto. O autor destas linhas visita o casal Seabra, o pastor Amilson e a missionária Carmen, desde que seus filhos Roger, Leiliane e Êvelin eram crianças. E na sala da casa, sobre a TV, em prateleiras da estante, havia pedaços do crisotila.

“Você acha que se o amianto crisotila causasse danos à saúde as famílias levariam para dentro de suas residências?”, argumenta Roger. É, não levariam. Por isso, ficou do lado da Sama, concessionária do minério.

Quando Roger saiu de Minaçu, já grandão, para fazer faculdade, a confusão estava imensa nos tribunais. Os engravatados do Distrito Federal estavam contra a Sama, Crisotila e Minaçu? Negativo, base: estavam iludidos com a militância pelo banimento das lavras de amianto prejudiciais aos seres humanos e à natureza. Roger não fugiu da luta e defendia Minaçu na questão do crisotila.

Enquanto isso, internamente, se socorria com a secretária estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis. A secretária comprou a briga do município, com Roger acompanhando diuturnamente. Até que… até que no dia 7 de junho de 2019 o governador Caiado, a secretária Vulcanis e parlamentares como o atual presidente da Assembleia, Bruno Peixoto, foram a Minaçu carregando a licença para a empresa Serra Verde explorar terras raras.

É do que Caiado mais gosta em Roger Seabra: “Ele não me traz problemas, só depois que resolve”.

Tem sido assim desde menino, quando estudava no Educandário Evangélico Gonçalves Dias e, já rapaz, no Colégio Estadual Ministro Santiago Dantas. Jogava futebol sem entrar em bola dividida:

“Eu era o meia-atacante, o Neymar do Minaçu Esporte Clube”.

Um Neymar sem cai-cai.

Roger, ao contrário, é o levanta-levanta recursos. Assessor especial da governadoria, convive diária e diretamente com o governador e a primeira-dama Gracinha Caiado. Tem prestígio com Bruno Peixoto e quase todos os demais 40 deputados estaduais e a maioria dos 20 integrantes da bancada federal. São seu público de ouvir reivindicações favoráveis a Minaçu.

Em virtude disso, além das mil vagas na Serra Verde, acreditou no potencial de Minaçu para piscicultura, elaborou o projeto e Gracinha Caiado se irmanou com a população local. Resultado: o governo liberou R$ 1,5 milhão para piscicultura, dezenas de famílias se associaram para vender tilápia para o frigorífico que Dona Gracinha está levando para ser instalado, sob agradecimentos do filho do pastor Amilson. Por isso, o entusiasmo de Roger com Minaçu sempre foi evidente, mas nunca esteve como agora.

Na sexta-feira, 10 de março, após reunião na Goinfra, a agência de obras do Estado, Roger anunciou que Caiado havia autorizado mais R$ 1,5 milhão, agora para refazer pavimentação de ruas. Vai realizar em Minaçu, no próximo julho, etapa do Campeonato Estadual de Pesca Esportiva. Não para por aí:

“Estamos elaborando, com ajuda de muita gente, um calendário de eventos para Minaçu e precisamos da colaboração de todos”, pede Roger.

Também de eventos ele entende. Formou com um primo, ainda na infância, a dupla Roger & Lucas. Tiveram três anos de carreira profissional. Suas irmãs conquistaram igual destino, o sucesso na música. Êvelin ainda canta na banda da Igreja Assembleia de Deus Madureira, em que o pai é pastor e Roger congrega com a mulher, a influencer digital Flávia Prado, e os filhos Arthur e Alice. A família está prestes a aumentar, incorporando os 30 mil moradores de Minaçu.