Revista Veja diz que aliado de Ronaldo Caiado “vendeu” Pros para Ciro Gomes e Cid Gomes

01 setembro 2018 às 00h44

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Segundo a publicação do Grupo Abril, Eurípedes Júnior teria vendido o controle do Pros no Ceará por 2 milhões de reais
“O esquema cearense”, reportagem de Nonato Viegas e Hugo Marques, da “Veja”, é uma denúncia explosiva que atinge uma família de políticos do Ceará — os Gomes — e alguns de seus aliados. “O irmão de Ciro, o marqueteiro de Ciro e o ex-chefe de Ciro estão enrolados na Lava Jato. Uma testemunha, agora, diz que próprio Ciro também sabia de tudo”, afirma a revista. Os irmãos Ciro e Cid Gomes, ex-governadores do Ceará, não quiseram falar com a publicação do Grupo Abril. Mas o candidato a presidente da República pelo PDT já anunciou que irá mover processo contra a “Veja” e os acusadores.
Os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, são os delatores do esquema montado no Ceará. “Você paga e nós lhe pagamos. Se você não paga, o Estado não libera”, contou ao Ministério Público Federal Wesley Batista como funcionava a extorsão. Milhões foram pagos. Suspeita-se que outras empresas, para receber dívidas do governo do Ceará, também deram dinheiro à estrutura dos Gomes.
Além dos goianos Joesley e Wesley Batista, outro goiano é mencionado na reportagem. Trata-se de Eurípedes Júnior, presidente nacional do Pros e um dos principais apoiadores do candidato do DEM a governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Júnior, como é conhecido, bancou o vice de Caiado, o deputado estadual Lincoln Tejota, recém-filiado ao Pros.
Informa a reportagem da “Veja”: “Ele [Niomar Calazans, ex-primeiro tesoureiro do Pros] diz que os irmãos Gomes pagaram 2 milhões de reais para ‘comprar’ o controle do Pros durante as eleições de 2014 no Ceará e, desde então, passaram a orientar todas as ações locais da sigla. Na época, Ciro Gomes era filiado ao Pros, e o diretório estadual era presidido por Daniel Serpa, seu afilhado político e chefe de gabinete do então governador cearense Cid Gomes”.
Ronaldo Caiado pauta sua campanha sugerindo que é um candidato ficha limpa. No entanto, o Pros, que banca seu vice, está sendo acusado de vender a direção do Ceará para a família Gomes. Frise-se que, na verdade, o senador do DEM não tem envolvimento nas histórias do partido. Ainda que não se saiba por qual motivo, de uma hora para outra, Lincoln Tejota, que era um dos deputados que defendiam com mais ardor a reeleição do governador José Eliton, do PSDB, aceitou a vice de Ronaldo Caiado. Ressalve-se que não há evidência de corrupção de Lincoln Tejota, de que tenha recebido dinheiro para aderir. Mas não se pode cobrar que apenas os aliados dos outros sejam éticos e respeitem as leis. Moral conveniente, com os erros dos aliados perdoados, não agrada os eleitores — quando devidamente informados.