Ante o desespero dos estudantes, a cúpula da Universidade disse que não vai contemporizar

A Igreja Católica parece que, em definitivo, adotou um discurso para “encantar” a sociedade — de um progressismo que às vezes assusta até os menos conservadores — e um discurso hiper-realista, de mercado, quando se trata de defender seus negócios e interesses financeiros. Primeiro, a Pontifícia Universidade Católica de Goiás começou uma onda de demissões considerada gigante pela comunidade acadêmica. Inicialmente, seriam demitidos “apenas” 14 mestres, mas o número de demissões teria passado de 30. Segundo, alguns professores, ainda que mestres de alto gabarito, estariam sendo pressionados a pedir demissão. É o caso do professor-doutor Altair Sales Barbosa. Chamado de “enganador” e de “contribuir muito pouco para o crescimento da PUC” por uma auxiliar do reitor Wolmir Amado [foto acima, de seu Facebook], e sentindo-se humilhado, o professor pediu demissão.

Agora, segundo uma comissão de estudantes, um “absurdo” atinge alunos, que, em tese, deveriam ser protegidos pela agenda social da Igreja Católica (Sociedade Goiana de Cultura), controladora da PUC. “Boa parte dos estudantes da Casa do Estudante Universitário foi desligada arbitrariamente”, afirma um aluno da universidade. “Pessoas de diferentes Estados residem na Casa e não têm condições de deixar o programa. Mesmo diante de diversos apelos, a PUC resolveu manter a decisão”, acrescenta.

A direção da PUC avisou que, se os moradores não deixarem a casa em 30 dias, vai recorrer à Justiça para removê-los. Se necessário, será utilizada força policial contra os Estudantes. É quase uma nova ditadura. Os estudantes estão “desesperados”. Mas a cúpula da PUC mostra-se insensível.

Enquanto o reitor Wolmir Amado briga pelo poder com um bispo da Opus Dei, que pretende assumir o controle da PUC, professores e estudantes estão em maus-lençóis. A Igreja Católica, quando se trata de negócios, é tão “selvagem” quanto qualquer outro capitalista. É o que prova o que a PUC está fazendo com os estudantes pobres.