Já Mauro Carlesse estaria tentando convencer Wanderlei Barbosa a participar de um frentão com o objetivo de bancar Eduardo Gomes para governador

Paulo Mourão: ex-deputado federal | Foto: Divulgação

Com a possibilidade de Lula da Silva se eleger presidente da República no primeiro turno, a presença política do PT cresce nos Estados. No Tocantins, onde ainda não tem força para eleger um governador — não por falta de bons quadros, e sim por falta de estrutura financeira —, o PT do deputado Célio Moura pode acabar sendo convocado para formatar uma frente ampla.

A prioridade do PT nacional é a eleição de Lula da Silva, por isso projetos estaduais, ao menos em alguns Estados, deverão ser sacrificados. Mas com quem o petismo faria coligação no Tocantins? Veja-se o caso da senadora Kátia Abreu. No plano nacional, a líder do PP mantém interlocução com alguns petistas, como a ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi ministra da Agricultura. Entretanto, localmente, dado o fato de ser ruralista, é adversária histórica do PT. Uma aliança estaria fora do horizonte? Não. Por causa do projeto de Lula da Silva.

Na verdade, o PT tem três pré-candidatos a governador. O mais cotado é o ex-deputado Paulo Mourão, o mais experimentado, pois já foi prefeito de Porto Nacional, deputado estadual e deputado federal. Mas ele não está inscrito formal e internamente como pré-candidato. Os inscritos são Leador Machado, juiz aposentado que disputou a Prefeitura de Araguaína em 2020, e Milne Freitas Sousa, ex-deputado federal.

Qual a tendência? Se tiver candidato, o PT provavelmente bancará Paulo Mourão. Mas Leador Machado ou Milne Freitas Sousa poderão figurar na chapa majoritária. A vaga de senador, por exemplo, estará aberta à articulação política. Kátia Abreu poderia figurar na chapa? Se apoiar Lula da Silva, a composição é provável.

No campo da oposição, hoje o nome mais cotado é de Ronaldo Dimas, do Podemos. A ressalva é que seu principal aliado, o senador Eduardo Gomes (MDB), também tem vontade de disputar o governo, com a vantagem de ser aliado tanto de Ronaldo Dimas quanto do governador Mauro Carlesse (PSL) — além de parceiro do presidente Jair Bolsonaro.

Mauro Carlesse tem afirmado que vai disputar mandato de senador. Porém o mais provável é que dispute mandato de deputado federal, por receio de perder para Kátia Abreu.

O empresário Carlos Amastha e o ex-prefeito de Gurupi Laurez Moreira também estão no jogo. Mas os principais “jogadores” não acreditam que nenhum deles vai figurar numa chapa majoritária — pelo menos não como candidatos a governador.

O ex-senador Ataídes Oliveira articula forte, em todo o Estado, colocando seu nome para a disputa do governo. O que lhe falta é a sustentação de uma grande aliança política. Mas ele está no jogo e é destemido: é o único que denuncia, de maneira enfática, o descalabro do governo de Mauro Carlesse.

O vice-governador Wanderlei Barbosa, que deve assumir o governo daqui a nove meses, no início de abril de 2022, deve ser candidato à reeleição. Com a máquina nas mãos, passa a ser forte. Há quem postule que Mauro Carlesse está tentando convencê-lo a participar de uma frentão para bancar Eduardo Gomes para governador e o próprio Carlesse para senador. Até agora não convenceu, segundo um aliado do vice.