PT em Goiás não foi contaminado por corrupção que afetou cúpula nacional do partido

13 fevereiro 2016 às 21h21

COMPARTILHAR
O partido tem pelo menos cinco nomes qualificados para a disputa da Prefeitura de Goiânia
O PT é, por vezes, tratado como um partido homogêneo, mas não o é. O PT de Goiás, por exemplo, não tem a ver com as corrupções praticadas por alguns de seus líderes nacionais. O próprio Delúbio Soares, que é goiano, mantinha mais ligações com a cúpula federal do que com correligionários regionais — ao menos quando figurava como uma das estrelas do partido.
O PT tem pelo menos cinco pré-candidatos a prefeito de Goiânia. Nenhum contaminado pela crise nacional. Marina Sant’Anna, outro nome de valor, não é mencionado, porque alguns petistas consideram que já está fora do processo e que, se disputar mandato, será de vereador. Fala-se também em Nelcivone Melo, secretário do prefeito Paulo Garcia e médico conceituado. Mas poucos petistas avaliam que será candidato. Ele é visto mais como paulo-garcista do que como petista.
Edward Madureira

O professor-doutor Edward Madureira, hoje no Ministério de Ciência e Tecnologia, é um político digno, com uma passagem exemplar pela Reitoria da Universidade Federal de Goiás. Eleito e reeleito, administrou a UFG com o máximo de correção e competência administrativa. Não foi contaminado um milímetro pela corruptobrás montada por setores do PT. Porém, dos pré-candidatos, é, no momento, o mais desmotivado. Ele tende a deixar seu projeto político para 2018, quando deverá disputar mandato de deputado federal ou senador. Pode até ser o candidato do PT a governador.
Wolmir Amado
O reitor da Pontifícia Universidade de Goiás (PUC), Wolmir Amado, é um dos nomes cotados para disputar a Prefeitura de Goiânia pelo PT. Trata-se de um educador e gestor — a PUC é não apenas uma grande universidade, é também um empreendimento — dos mais eficientes. Está há anos no comando da PUC. Se não fosse competente, já teria sido afastado pela cúpula da Igreja Católica. Politicamente, não participou de nenhuma campanha como candidato, mas tem sólida formação intelectual e política. Sobretudo, é um homem decente e de ideias. É tão limpo quanto Edward Madureira.
Adriana Accorsi

Na sua passagem pela Polícia Civil, como delegada, Adriana Accorsi brilhou por quatro motivos básicos. Primeiro, por sua competência profissional. Segundo, por sua dedicação. Terceiro, por tratar com humanidade e atenção as vítimas da violência. Quarto, pela decência. Depois, foi eleita deputada estadual e, na Assembleia Legislativa e no trato com a sociedade, tem um comportamento exemplar. É a pré-candidata do PT favorita dos eleitores goianienses. Ela forte presença na sociedade.
Luis Cesar Bueno

Vereador e, em seguida, deputado estadual, Luis Cesar Bueno é, dos políticos petistas, um dos que fazem uma oposição mais articulada, dados seus conhecimentos técnicos. Numa seara onde é fácil se envolver em negócios irregulares, o parlamentar tem uma história digna, irretocável. Não há notícia de envolvimento em escândalos e negócios escusos. Na Assembleia Legislativa, é tão atuante que, até colegas da oposição, elogiam sua atuação, quase sempre fincada em formulações técnicas, ainda que não sejam desconsideradas posições políticas e ideológicas. É um dos nomes fortes do PT, sobretudo porque, como seu presidente metropolitano, é o que mais mantém contatos com as bases.
Humberto Aidar

Com forte ligação com a Igreja Católica, e pertencendo à tendência dirigida pelo deputado federal Rubens Otoni, é um dos deputados mais consistentes do PT — técnica e politicamente. Ele é um dos mais preparados, entre os pares de todos os partidos, para discutir questões técnicas do Estado. Embora seja filiado ao PT, não faz oposição pela oposição. Aprecia examinar os projetos de maneira técnica e observando se são de fatos úteis à sociedade. Em termos de correção moral, não há nada que o desabone. Se dependesse dele a escolha do candidato a prefeito, Edward Madureira seria o nome indicado pelo partido.