PSDB deve bancar André Pio para prefeito de Pirenópolis

02 junho 2019 às 00h00

COMPARTILHAR
O favorito, no momento, é o ex-prefeito Nivaldo Melo. João do Léo enfrenta problemas administrativos e há denúncias de improbidade
O prefeito de Pirenópolis, João do Léo, deve ser candidato à reeleição. Mas a população pensa diferente e, por isso, sugere que o líder local do DEM é candidato a… voltar para casa. Ante a crise administrativa e moral — a polícia e o Ministério Público descobriram um esquema corrupto-mafioso na prefeitura, o que resultou em afastamento de comissionados —, os eleitores estão entre duas opções: o ex-prefeito Nivaldo Melo, do PP, e o vereador e produtor rural André Pio, do PSDB. Um ex-auxiliar de João Léo contrapõe: “Ao contrário do que o Jornal Opção tem publicado, Nivaldo Melo tem pendências no TCU e, por isso, não pode disputar eleição em 2020”.

André Luiz Borges Pio, de 27 anos, é presidente da Câmara Municipal de Pirenópolis. Na semana passada, visitou a redação do Jornal Opção, em companhia do deputado estadual Gustavo Sebba, do PSDB. “Pretendo disputar a Prefeitura de Pirenópolis por vários motivos. Primeiro, a cidade precisa de um gestor mais moderno e que entenda as necessidades prementes do município, que sabe diagnosticar aquilo que a faz movimentar economicamente. Segundo, a zona rural está abandonada, é como se, para João do Léo, não existisse.”
Ante a “omissão” do prefeito João do Léo, o vereador André Pio convocou produtores rurais e eles mesmos “arrumaram” a estrada da região do Fundão. “No ano passado, nós tapamos os buracos com cimento, por intermédio de mutirões, no povoado de Maiador. Em 2019, mantivemos ações na área de saúde — à revelia da prefeitura, que não acolhe as reivindicações dos produtores.”

No povoado de Maiador, André Pio patrocinou a expansão do cemitério — na prática, construiu outro cemitério. “Havíamos pedido, mas o prefeito não quis comprar um terreno para ampliar o cemitério. Então, na ausência do poder público, comprei o terreno, com meu dinheiro, e nós fizemos o cemitério. Já havia um, mas não era mais suficiente. Agora, não é mais preciso enterrar os novos mortos em cima dos mortos mais antigos.”
João do Léo será cassado pelo eleitor daqui a um ano e quatro meses? “Não dá para dizer isto hoje. O que se pode falar é que a avaliação dele é muito ruim tanto na cidade quanto nos 11 povoados. As estradas rurais do município foram literalmente abandonadas — em dois anos e cinco meses de gestão. O deputado federal Delegado Waldir Soares (PSL) conseguiu, atendendo pedido meu, uma patrol para Pirenópolis. As ruas da cidade estão esburacadas — o que prejudica os moradores e assusta os turistas, que chegam a perguntar se a cidade não tem prefeito. João do Léo iniciou uma operação tapa-buracos, mas não consegue conclui-la. O lixo da cidade da cidade não é recolhido da maneira ideal.”

André Pio sublinha que a questão da probidade não é levada muito a sério. “Denúncias de improbidade chegam à Câmara quase toda semana. Os vereadores quase cassaram João do Léo. Seis aprovaram a cassação, mas, com a abstenção de dois, João do Léo acabou não sendo cassado. Vale frisar que só três vereadores votaram a favor de sua permanência na prefeitura. Já a cidade, em peso, o quer afastado.” Para afastá-lo, a Câmara precisa do voto de oito vereadores.
Discreto e afável, André Pio afirma que quer disputar a prefeitura, mas, como está cedo e precisa costurar uma ampla aliança política, não se define como candidato. “Estou calado, ouvindo os eleitores e aliados políticos. O pessoal me ‘cutuca’, inclusive o ex-prefeito Rogério Figueiredo, do PSDB.”
Uma coisa é certa: por deixado a cidade ao léu, João do Léo é, direta ou indiretamente, o maior cabo eleitoral de qualquer candidato a prefeito — desde que este se apresente como oposição. No momento, Nivaldo Melo lidera as pesquisas de intenção de voto.