Vilmar Rocha defende a tese de que “derretimento” de Bolsonaro vai contribuir para a ascensão de um candidato de centro, o que barrará ascensão de Lula da Silva

Há dois países — Brasis — dentro Brasil. Primeiro, o Brasil — um dos países mais ricos do mundo e o mais rico da América Latina. Segundo, São Paulo, que é mais rico do que a Argentina e o Chile, e, na América Latina, só perde para o Brasil e o México. Se fosse um país, seria o terceiro mais poderoso da América Latina.

Rodrigo Maia, Antonio Anastasia, Rodrigo Pacheco e Geraldo Alckmin | Foto: Reprodução

Pois o PSD de Gilberto Kassab e Vilmar Rocha, dois estrategistas, planeja eleger o governador de São Paulo e o presidente do Brasil.

Em São Paulo, o candidato do PSD deve ser o ex-governador Geraldo Alckmin, que lidera as pesquisas de intenção de voto — à frente de Fernando Haddad, do PT, de Guilherme Boulos, do Psol, e de Paulo Skaf, do MDB.

Por enquanto, Alckmin vai ficar no PSDB, deixando a corda esticar, mas, na undécima hora, trocará de partido. Seu objetivo é levar parte da estrutura do partido para o PSD. Muitos tucanos devem seguir o ex-governador — o que contribuirá para fortalecer o PSD. O vice de Alckmin tende a ser Márcio França (PSB), que já foi seu vice e assumiu o governo por um período.

Vilmar Rocha e Gilberto Kassab: o PSD percebeu uma oportunidade para crescer em São Paulo e no país | Foto: Reprodução

A aposta do PSD para presidente da República tende a ser Rodrigo Pacheco (ainda filiado ao partido Democratas), senador por Minas Gerais e presidente do Senado.

Rodrigo Pacheco ainda não é conhecido no país, mas pesquisas sugerem que, com sua pose de estadista — de Joe Biden dos trópicos —, pode surpreender figuras consagradas da política patropi. Minas está sempre no jogo, em toda a história do país, desde o período colonial. De lá saiu o melhor presidente da República da história brasileira — o médico urologista Juscelino Kubitschek.

Por que Rodrigo Pacheco? O presidente do PSD em Goiás, ex-deputado federal Vilmar Rocha, tem uma explicação: “Há duas pré-candidaturas polarizadas — a de Lula da Silva, do PT, e a de Jair Bolsonaro (sem partido). Mas as pesquisas estão mostrando que a maioria dos eleitores não está satisfeita nem com um nem com o outro. Há espaço para um político de centro que seja moderado e, ao mesmo tempo, consistente. Os eleitores estão sugerindo que querem um presidente como Joe Biden, que una o país e contribua para o fim dos conflitos puramente ideológicos. O perfil de um político centrado e equilibrado é o de Rodrigo Pacheco. O que se precisa é torná-lo mais conhecido. Porque o meio político já admite que o senador é um político em ascensão, o que falta é cristalizar sua imagem positiva ante os olhos do país”.

Vilmar Rocha defende a tese de que o derretimento de Bolsonaro pode se tornar irreversível. “Se Bolsonaro cair mais, a tendência é que um candidato de centro, com o perfil de Rodrigo Pacheco — um político moderno, posicionado e sem desgaste —, cresça. Torço para que seja o nosso candidato, mas pode ser outra figura de centro. Defendo a ideia de que Lula da Silva ‘descolou’ não exatamente por seus méritos, e sim por causa do derretimento de Bolsonaro. Portanto, sem Bolsonaro no páreo, com a ascensão de um nome de centro, há a possibilidade de o petista parar de crescer ou, mesmo, começar a cair. Os ‘sinais’ da política, apresentados pelos eleitores, sugerem que pode ter chegado o momento de um político de centro conquistar o palco como protagonista.”