Principal adversário de Daniel Vilela em 2022 pode ser Vanderlan Cardoso ou Baldy

11 agosto 2019 às 00h00

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Se Ronaldo Caiado chegar desgastado daqui a três anos e dois meses, a principal disputa poderá ocorrer entre o MDB e o PP

Políticos experimentados não são unidimensionais e, por isso, não trafegam por uma única via. Pelo quadro de hoje, se cristalizado for, fica patente que se está estabelecendo uma aliança entre o PP do ex-ministro Alexandre Baldy e do senador Vanderlan Cardoso e o MDB do ex-deputado federal Daniel Vilela e do ex-governador Maguito Vilela.
É o quadro que está sendo visto, examinado. Mas o quadro de 2022 pode ser outro.

No caso de desgaste do governador Ronaldo Caiado (DEM), se não conseguir retirar o Estado da crise, a polarização política pode mudar de ângulo — com a sedimentação de duas forças políticas que, de aliadas, podem-se tornar adversárias. Quer dizer: o PP e o MDB podem se tornar adversários em 2022, lançando, ambos, candidatos a governador.
O PP poderá bancar Alexandre Baldy ou Vanderlan Cardoso e o MDB lançaria Daniel Vilela.

Foto: Fábio Costa
Ronaldo Caiado, se disputar a reeleição, correria por fora — contra Daniel Vilela e Alexandre Baldy (ou Vanderlan Cardoso).
Em suma, a três anos e dois meses das eleições para o governo do Estado, o que se pode fazer é especular. Mas o desenho é este: podem surgir dois candidatos fortes das oposições. Que, de tão fortes, no lugar de se unirem, podem disputar entre si.

O recente encontro entre o governador Ronaldo Caiado com a cúpula do PP sinaliza parceria administrativa ou parceira política ou as duas coisas? Talvez tenha sido mais um gesto de civilidade política — mediado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, amigo de Alexandre Baldy. Mas, em política, não há acaso. Os balões de ensaio não são apenas balões de ensaio — são, quase sempre, engenharias políticas possíveis.
O que o PP está dizendo é simples mas direto: “Nós estamos vivos”. E mais: “Queremos ser parceiros — seja de Daniel Vilela ou de Ronaldo Caiado — mas não queremos ser subordinados”. Longe de estar subordinando-se à força “x” ou à força “y”, a cúpula do Progressistas está dando um gripo de independência e, claro, se colocando tanto para o pleito municipal de 2020 quanto para o pleito de 2022.
Na prática, a hora é de jogar, não de acertos definitivos.