Temas como segurança, transporte coletivo e educação não aparecem com forças em pesquisas qualitativas

Os temas dominantes das eleições municipais são quase sempre os mesmos: saúde, educação e segurança. Mas em 2020, na disputa para prefeito e vereador, os assuntos dominantes não são totalmente iguais aos de pleitos anteriores.

Há, inclusive, um problema: o leitor ainda não se convocou para a disputa, deixando a impressão de quer se livrar dela, como não-participante, o mais rápido possível. A apatia é preocupante, porque pode levar a uma abstenção gigante.

Mas, quando decidem comentar o que esperam dos candidatos — em geral, não esperam muito, exceto mais do mesmo (os eleitores criticam a corrupção, sempre) —, os eleitores sugerem que estão mais preocupados com emprego, ficha limpa, social e saúde. Na questão do social e da saúde — “cuidar de gente” com vívido interesse —, os eleitores dizem, no geral, que, com assistência de 600 reais por mês, ainda que em caráter provisório, o presidente Jair Bolsonaro se preocupou, de maneira efetiva, com os pobres. Na questão da saúde, no que se refere ao combate à pandemia do novo coronavírus, sobra apoio ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Quando se fala em empregos, os eleitores parecem compreender que um prefeito, sobretudo das cidades menores, pode fazer muito pouco. Porque poucas empresas de determinado porte, de médio para cima, querem se instalar nelas. Mas, nas pesquisas qualitativas, a questão do emprego tem aparecido com frequência. Comenta-se que é preciso que as pessoas tenham emprego permanente — nem se discute o salário em si. Prefeitos que são candidatos à reeleição, e conseguiram atrair empresas, o que possibilitou a geração de empregos de maneira bem visível — casos de Gustavo Mendanha, de Aparecida de Goiânia, e Roberto Naves, de Anápolis —, são bem-vistos, porque são críveis.

Candidatos que conseguirem apresentar uma política de saúde — que não seja mais aquisição de ambulâncias para levar pacientes para Anápolis, Aparecida de Goiânia e Goiânia — também tendem a ser prestigiados pelos eleitores.

Candidatos que não tiverem ficha limpa, que “estão” candidatos graças a liminares e habeas corpus, tendo que se explicar durante a campanha, poderão sofrer derrotas acachapantes. Os eleitores não querem e, certamente, não vão escolher candidatos que respondem a processos por improbidade administrativa.