Possíveis novos secretários de Marconi Perillo. Governador quer perfil mais nacional

29 novembro 2014 às 11h53

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Se a reforma administrativa estava na “cabeça” do governador Marconi Perillo — técnicos sabiam de partes, mas não do todo —, seu novo secretariado, que deverá ser anunciado provavelmente em 15 de dezembro, é uma incógnita. O tucano-chefe faz mais sondagens do que convites formais e confirmações. Sabe-se que gostaria de apresentar aos goianos quadros novos, inclusive em termos de idade, mas não será inteiramente possível, dados certos compromissos políticos. Porém, a tendência por renovação é forte, muito forte. Sabe-se que gostaria de indicar secretários que contribuíssem para sua projeção política nacional, que mantivessem intercâmbio com o País — o que não é fácil, pois quadros locais têm pouca influência fora do Estado. O fato é que, apesar das múltiplas especulações, não se sabe exatamente quem ocupará os principais cargos do governo. O que se vai ler a seguir resulta de conversas com vários políticos, como Célio Silveira e Alexandre Baldy, e com auxiliares do governador.
É consenso que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico — porque Marconi Perillo conversou apenas com os dois a respeito — será ocupada pelo senador Cyro Miranda ou pelo deputado federal eleito Alexandre Baldy, ambos do PSDB.Apesar da resistência de políticos e, sobretudo, empresários de Anápolis, que cobram o cargo para a cidade — ou então a recriação da Secretaria da Indústria e Comércio, que, com a reforma, se tornou uma subsecretaria —, Cyro Miranda planeja ocupar o cargo. Para o qual foi, de fato, sondado, e pelo governador. Porque Marconi Perillo precisa atrair pelo menos dois ou três deputados federais para sua equipe — para liberar vagas na Câmara dos Deputados para Sandes Júnior (PP), Eurípedes Júnior (Pros) e, talvez, José Mário Schreiner (PSD) —, o favorito para o cargo é Alexandre Baldy. Este disse ao Jornal Opção que tem interesse em atuar como deputado, mas que precisa pensar politicamente. “Como pretendo disputar a Prefeitura de Anápolis, em 2016, é possível que eu participe do governo, para ficar mais próximo das bases. Mas, como sugeriu o governador, estou refletindo.”
Joaquim Mesquita tende a continuar na Secretaria de Segurança Pública. Por ser integrante da Polícia Federal, pode-se tornar peça chave da cruzada pela segurança pública nacional que Marconi pretende promover no Brasil. O governador vai viajar pelo País propondo um plano para ampliar e melhorar a segurança pública. Desde algum tempo que a criminalidade pesada se tornou nacional e, até, internacional — perdendo o caráter mais local. Daí que se precisa de mais empenho do governo federal no apoio aos Estados.
Para a Secretaria de Saúde, Marconi Perillo gostaria de nomear um nome criativo, com projeção nacional (no estilo do oftalmologista Marcos Ávila, embora este não tenha sido convidado). Não que a ação de Halim Girade o desagrade. O médico Leonardo Vilela é cotado para o cargo — assim como o deputado federal eleito, Célio Silveira, do PSDB.
Raquel Teixeira chegou a ser sondada para a Secretaria da educação. Mas resta saber se, devido às suas amarras acadêmicas, terá condições de implantar uma metodologia mais arrojada na educação, como a ação de organizações sociais (OSs). Acredita-se que o perfil do secretário deverá ser semelhante ao de Thiago Peixoto, o ex-secretário. Noutras palavras, a escolha pode recair mais num gestor do que num educador. O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira chegou a ser aventado, mas, antes de ser sondado, frisou que não pretende participar do governo tucano, por ser petista e não pretender sair do PT.
O deputado federal eleito Giuseppe Vecci (PSDB), que deverá ser consultado sobre a formatação do secretariado, indicará Leonardo Vilela ou, mais provavelmente, o economista Mauro Faiad para a Secretaria de Gestão e Planejamento. No momento, Faiad está na Sectec.
Para a decisiva Secretaria da Fazenda, o governador faz questão de que seja uma pessoa de sua cota pessoal. Tem de ser um técnico duro, que saiba dizer “não” até com certa volúpia, e, especialmente, que entenda que é subordinado única e exclusivamente ao tucano-chefe. Especulou-se que Simão Cirineu poderia voltar, mas, de cara, o ex-secretário frisou que pretende continuar em Brasília, pois sua mulher é doente e precisa de cuidados frequentes.
Vai continuar no governo, como secretário extraordinário e, quando possível, dando pitacos e acompanhando Marconi Perillo nas negociações com o governo federal. Ele sabe os caminhos das pedras e dos cofres em Brasília. O executivo José Paulo Loureiro, cotado para a Sefaz, não se manifestou. Há quem defenda a permanência de José Taveira. Chegou-se a cogitar que Marconi Perillo traria um economista de outro Estado, no estilo Joaquim Levy, mas não há nada acertado. Cyro Miranda pode ser a surpresa na Secretaria da Fazenda? Há quem avalie que sim.
Na Casa Civil, é quase certo que vai o presidente da OAB-Goiás, Henrique Tibúrcio. Vilmar Rocha (PSD), se não for para o gabinete de Gilberto Kassab (PSD), possivelmente no Ministério das Cidades, é cotado para a Secretaria de Governo, assim como Antônio Faleiros. Sem mandato de deputado federal, a partir de 2015, se não conquistar uma secretaria, Vilmar Rocha perde energia política. Daí que aliados frisam que deve ocupar uma secretaria.
O deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) chegou a ser sugerido para uma secretaria, e ele gostaria de ser secretário. Mas, nos últimos dias, seu nome, se não caiu em desgraça, deixou de ser citado pelos mais próximos do governador Marconi. Perdeu terreno tanto para Baldy quanto para Cyro Miranda.
A deputada federal Flávia Morais (PDT), apontada como politicamente hábil, é cotada para a poderosa Secretaria da Mulher, Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Trabalho. Mas há uma pedra poderosa em seu caminho — o deputado federal Jovair Arantes (PTB). O parlamentar, cujo grupo ocupa a Secretaria de Cidadania e Trabalho, gostaria de manter o cargo.
O deputado estadual eleito Virmondes Cruvinel (PSD) é cotado para uma secretaria, mas ainda não se sabe qual. O objetivo, ao retirá-lo da Assembleia Legislativa (se confirmado), é duplo. Primeiro, libera uma vaga para Júlio da Retífica, primeiro suplente do PSDB. Segundo, trata-se de um quadro político novo, com boa formação técnica, que agrada ao tucano-chefe. Porque faz uma interlocução positiva com a sociedade, especialmente com os jovens e setores organizados. É um político que entende bem a questão institucional.
Há uma luta sólida para impedir que Jaqueline Vieira ocupe a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos. O grupo de Roberto Balestra está de olho grande e gordo na secretaria. Jaqueline Vieira é, hoje, a secretária de Meio Ambiente. É tida como eficiente e com bons contatos no governo federal.