Por que Vanderlan não deve ser candidato a prefeito de Goiânia em 2020

08 março 2020 às 00h00

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A tendência é que o senador apoie Francisco Júnior para prefeito e dispute o governo de Goiás na eleição de 2022

O senador Vanderlan Vieira Cardoso fará 58 anos em novembro deste ano e 60 anos em 2022. Trata-se de um político ainda jovem e, certamente, com futuro na política de Goiás.
O que Vanderlan Cardoso mais gosta? De ser executivo. Prefeito já foi — de Senador Canedo. Tentou ser prefeito de Goiânia, mas perdeu para Iris Rezende (MDB), em 2016. Há quem diga que disputará o tira-teima contra o decano emedebista, em outubro deste ano. Mas a disputa da prefeitura da capital pode abrir a porta para o político de Iporá viabilizar, adiante, uma candidatura a governador de Goiás? Depende.
Há quem diga que Vanderlan Cardoso poderá “trocar” o mandato de senador pelo mandato de prefeito de Goiânia. Porque, como se disse acima, prefere o Executivo. Mas, aos poucos, o empresário está “descobrindo” que um senador tem muito poder em Brasília e, portanto, no país. Portanto, trocar o poder de senador por uma prefeitura, ainda que a de uma capital, pode não ser um grande negócio político.
No PSD, há dois tipos de políticos. Os que acreditam que Vanderlan Cardoso será candidato a prefeito de Goiânia e os que apostam que ele vai trabalhar para viabilizar a candidatura do deputado Francisco Júnior (PSD). Por que bancar o jovem político ligado à Renovação Carismática — uma corrente cuja “liturgia” aproxima-se das facções religiosas evangélicas? Por que não disputar a prefeitura? Três hipóteses são plausíveis — sublinhando, claro, que se trata de uma argumentação meramente especulativa e, portanto, tateante, mas, ao mesmo tempo, baseada na lógica.

Primeiro, como justificar ao eleitorado que, mal tendo saído de uma eleição — foi o mais bem votado para senador —, já está partindo para outra? Quer dizer que o senador não tem compromisso com o Estado de Goiás, e sim apenas com Goiânia?
Segundo, se o PSD já tem um pré-candidato a prefeito, Francisco Júnior, por que bancar outro? Há quem diga que Vanderlan Cardoso vai sugerir que é candidato, até certo período, para fortalecer a chapa de candidatos a vereador. Uma candidatura do empresário e senador atrairia mais candidatos consistentes para o partido.
Terceiro, se for candidato a prefeito de Goiânia e perder mais uma vez, e para um político de 86 anos, Iris Rezende, como Vanderlan Cardoso poderá se colocar para a disputa do governo em 2020 contra um candidato peso-pesado como o governador Ronaldo Caiado?
Portanto, a lógica sugere que Vanderlan Cardoso se resguarde em 2020 — e apoie Francisco Júnior para prefeito de Goiânia — para disputar o governo em 2022.
Visto de longe, 2022 pode ter quatro candidatos a governador fortes —Ronaldo Caiado, do DEM, Daniel Vilela, do MDB, Vanderlan Cardoso, do PSD, e talvez Jânio Darrot, do PSDB. Mas a lógica — e às vezes a lógica é “inimiga” da política — sugere que, para enfrentar um governador bem avaliado, um político cuja bandeira ética é aprovada pela sociedade, é preciso constituir uma frente ampla. Por isso a tendência é que, de alguma forma, Vanderlan Cardoso, Daniel Vilela e Jânio Darrot se unam para enfrentar o postulante do partido Democratas. A tendência é que Vanderlan Cardoso, até por ser senador e bem avaliado, seja o candidato a governador, com Daniel Vilela para senador e Jânio Darrot na vice.