PMDB avalia que o postulante do DEM pode até sair na frente, mas, devido ao teto eleitoral e à rejeição, tende a desidratar-se durante a campanha

Ronaldo Caiado, Daniel Vilela, Maguito Vilela e Iris Rezende: nessa quadra de pré-candidatos do PMDB  divididos entre as alas irista e maguitista vai sair o nome para disputar a sucessão de Marconi Perillo em 2018 |
Ronaldo Caiado, Daniel Vilela, Maguito Vilela e Iris Rezende: nessa quadra de pré-candidatos do PMDB divididos entre as alas irista e maguitista vai sair o nome para disputar a sucessão de Marconi Perillo em 2018 | Fotos: Jornal Opção

Daniel Vilela, Maguito Vilela, Iris Rezende e Ronaldo Caiado (único do DEM): do quarteto sai um candidato a governador bancado pelo PMDB. O primeiro é o mais cotado, mas o terceiro planeja bancar o quarto em 2018

Em conversas privadas, com alguns interlocutores mais fieis, tanto do PMDB quanto do DEM, o prefeito eleito de Goiânia, o peemedebista Iris Rezende, tem dito que tem um compromisso com o senador Ronaldo Caiado, do DEM. Ele sempre inicia as conversas relembrando que estava aposentado, indo de seu apartamento, no Setor Marista, para as fazendas de Guapó e do Xingu, quando o presidente do partido Democratas o procurou e insistiu que, como disse o compositor e cantor Adoniran Barbosa (numa referência à Jovem Guarda de Roberto Carlos), ainda tinha muita lenha para queimar. Uma vez eleito, como agradecimento e por que não quer apoiar o deputado federal Daniel Vilela, pretende colocar a máquina da prefeitura da capital para bancar a candidatura de Ronaldo Caiado para governador de Goiás em 2018. Isto, é claro, se ele mesmo não deixar o Paço Municipal para disputar o governo pela quarta vez. Aos mais íntimos, ele costuma sugerir que, sem o governador Marconi Perillo no páreo, tem condições de ser eleito governador.

Entretanto, se Iris Rezende quer desde já sugerir que seu candidato a governador será Ronaldo Caiado, ainda que não se filie ao PMDB, como o decano quer, o PMDB em peso não avaliza o democrata como seu possível postulante.

Pensa-se comumente que apenas o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, o deputado federal Daniel Vilela, presidente regional do PMDB, e o deputado estadual José Nelto (que prefere ouvir falar do diabo que do democrata) rejeitam Ronaldo Caiado. Aliás, o trio nem rejeita o senador — só não o quer como candidato do PMDB a governador. O fato é que o PMDB, em todo o Estado, não aceita o senador como seu postulante ao posto político máximo de Goiás. Por vários motivos.

Primeiro, os peemedebistas entendem que Iris Rezende, que quer bancar Ronaldo Caiado, não é mais um líder estadual, preocupando-se exclusivamente com Goiânia, seu feudo político.

Segundo, avaliam que o senador é um adversário histórico do PMDB, tanto que gravações de 1994 mostram-no atacando, com extrema brutalidade, o então candidato do partido a governador, Maguito Vilela (que foi eleito).

Terceiro, os luas pretas do peemedebismo acreditam que, depois de 20 anos de Tempo Novo no poder, terão a chance de derrotar o candidato governista. Porém, postulam que, se bancarem um candidato tradicional, que tenha ampla rejeição e teto eleitoral, como seria o caso de Ronaldo Caiado, mais uma serão derrotados pelo grupo do governador Marconi Perillo, do PSDB.

Quarto, os peemedebistas avaliam que, finalmente e depois de errarem muito, terão um candidato jovem e competitivo, apontado como uma força renovadora — Daniel Vilela. Por que, perguntam, trocar o novo, com possibilidade de vitória, por um candidato que até pode sair em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, mas tenderá a se desidratar no meio do caminho?

Por tudo o que se disse acima, setores do PMDB vão trabalhar para barrar Ronaldo Caiado e para emplacar Daniel Vilela, ou Maguito Vilela, para o governo de Goiás em 2018.