PMDB de Goiás vai expulsar Júnior Friboi mas deve trocar Vilelas por Ronaldo Caiado

21 março 2015 às 13h00

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Na semana passada, integrantes da Comissão de Ética do PMDB reuniram-se, na sede do Diretório Regional, para discutir a expulsão de Júnior Friboi. O empresário é acusado de, na eleição de 2014, ter apoiado o candidato do PSDB a governador, Marconi Perillo, e não o postulante do PMDB, Iris Rezende.
Um observador atento da cena política estava no Diretório e faz um relato das contradições do PMDB. Numa sala ao lado, antes de saberem do veto de Iris Rezende, militantes convidavam filiados para a recepção da presidente Dilma Rousseff, do PT.
Noutra sala, membros da direção metropolitana discutiam o caminho mais adequado para uma aliança com o partido Democratas do senador Ronaldo Caiado. Eles diziam, inclusive, que o presidente do DEM deveria ser o candidato do PMDB a governador de Goiás, em 2018. “Ora, se a reunião era para expulsar Friboi, porque este não apoiou o candidato do partido, não é contraditório que se discuta o apoio a Caiado, de outro partido, para governador, se há nomes internos, como o deputado federal Daniel Vilela e o prefeito Maguito Vilela?”, questiona o peemedebista. “Como o Comissão de Ética pode cobrar ‘firmeza’ de Friboi se seus filiados ‘almoçam’ com Dilma Rousseff, do PT, e ‘jantam’ como Caiado?”
Um ex-deputado diz que o presidente do PMDB, Samuel Belchior, é contraditório. “Na sexta-feira, 13, cobrava diálogo com a direção do PT. No entanto, na segunda-feira, 16, postulava o fim da aliança com o partido de Paulo Garcia. Deve se acreditar no Samuel ou no Belchior — um personagem duplo ou dúbio?”
No domingo, 15, as duas filhas de Iris Rezende participaram da manifestação “contra a corrupção” e “fora Dilma!”, na Praça Tamandaré.
Pode dizer que o PMDB aderiu ao samba do crioulo doido? É possível. Entretanto, é este partido contraditório, cheio de fissuras, que planeja expulsar Júnior Friboi de seus quadros.