PL de Gustavo Gayer não quer compor com Vanderlan Cardoso, que vai sozinho pra disputa em Goiânia
18 junho 2023 às 00h08
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O deputado do Partido Liberal está bem avaliado na capital. O senador não está mal, mas podem faltar aliados para pôr a sua campanha nas ruas e nas redes
Vanderlan Cardoso é o novo cavalo boliguaio (mistura de boliviano com paraguaio) da política de Goiânia? E agora não tem Maguito Vilela nem Iris Rezende pela frente, pois os dois morreram. Pois é. Mas surgiram Ana Paula Rezende (MDB), Bruno Peixoto (União Brasil) e Gustavo Gayer (PL).
Pesquisadores experimentados estão impressionados com a força do deputado federal Gustavo Gayer em Goiânia. O pré-candidato a prefeito da capital PL aparece, algumas pesquisas de intenção de voto, em primeiro lugar — à frente de Vanderlan Cardoso (PSD), Adriana Accorsi (PT) e Gustavo Mendanha (em breve no MDB).
Inicialmente, Vanderlan Cardoso aparecia à frente de Gustavo Gayer, Adriana Accorsi, Gustavo Mendanha e Silvye Alves. Pouco à frente, é certo. Pode-se sugerir que tecnicamente empatado. Porém, agora começa a ser deixado para trás por Gustavo Gayer.
Deputados, em tom jocoso, afirmam que Vanderlan Cardoso está se tornando o mais dileto cavalo boliguaio (mix de cavalo boliviano com cavalo paraguaio) da política de Goiânia. Começa bem e vai desidratando. O problema agora é que, se as pesquisas estiverem corretas a respeito de Gustavo Gayer, o senador está sendo desidratado antes mesmo de a campanha começar.
Para piorar o quadro, a tendência, se confirmada a queda de Vanderlan Cardoso — no espectro dos candidatos de direita —, é que a peleja seja disputada entre Gustavo Gayer e o candidato do governo do Estado, possivelmente Ana Paula Rezende, do MDB, ou Bruno Peixoto, do União Brasil.
A direita bolsonarista, que banca Gustavo Gayer, é popular em Goiânia, tanto que o deputado obteve 83604 votos na capital (que praticamente o elegeu para a Câmara). Porém, Vanderlan Cardoso não tem estrutura na capital. Ele terá de caminhar sozinho. Recentemente, tentou reaproximar-se do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, mas não foi bem-sucedido. Ele contará com o PSD, o partido que preside, na capital? É bem provável que terá um apoio proforma, anunciado publicamente, mas que, na prática, não funcionará. Muitos integrantes do PSD tendem a apoiar o candidato que for bancado por Ronaldo Caiado e pelo vice-governador Daniel Vilela.
Vanderlan Cardoso tinha esperança de que o senador Wilder Morais, se convencesse Gustavo Gayer a retirar sua candidatura a prefeito, bancasse o ex-deputado federal Major Vitor para sua vice. Mas, ao menos até o momento, o presidente do PL não se moveu para retirar Gustavo Gayer do páreo. Pelo contrário, o deputado continua se apresentando como pré-candidato e, sempre que pode, critica duramente Vanderlan Cardoso.
O único que realmente pode convencer Gustavo Gayer a desistir da candidatura a prefeito é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas não para apoiar Vanderlan Cardoso para prefeito — o bolsonarismo não tolera “aliado” que migrou para base do governo do presidente Lula da Silva (o senador chega a ser chamado de “comunista”, o que ele não é) —, e sim para defendê-lo na Câmara dos Deputados. O político goiano é uma das principais apostas do bolsonarismo.
Comenta-se que o tucano Matheus Ribeiro, ex-jornalista da TV Anhanguera, poderá ser vice de Vanderlan Cardoso. Vale lembrar que ele obteve apenas 13635 votos em Goiânia e foi derrotado — com uma votação pífia — para deputado federal (há notícias de que pastores evangélicos não gostaram da aproximação entre o ex-apresentador de televisão e o senador). O PSDB e nada em Goiânia se equivalem (tanto que a vereadora Aava Santiago, uma política desconhecida, hoje é maior do que o partido na capital. Frise-se que prefere, segundo petistas, ser vice da deputada federal Adriana Accorsi, do PT). Ressalte-se, por fim, que a rejeição de Marconi Perillo, o chefe político do PSDB, é maior em Goiânia do que em qualquer outro município. (E.F.B.)