Tudo indica que a onda Lula não funcionou em Goiás. E, de acordo com alguns petistas, não tem a ver, necessariamente com o fato de o presidente Jair Bolsonaro ser forte no Estado nem com o suposto reacionarismo do agronegócio.

Petistas admitem que a onda Lula, para surtir efeito, precisaria de um candidato majoritário “puxador” de votos. “Wolmir Amado é ótima pessoa e goza de respeito da sociedade. Porém, como não é político, fala não conta com emoção alguma. Ele não é, mas aparenta ser arrogante. Quando questiona alguma coisa séria fica com cara de e riso e sua fala parece empostada e não agrada”, afirma um ex-deputado.

Outro petista afirma que, na comunidade universitária, Wolmir Amado tem desgaste. “Quando reitor da PUC-Goiás, estando a serviço da universidade, evidentemente, no caso das reivindicações dos professores e estudantes, ficava contra eles. Há um grande contencioso entre o ex-reitor e professores e ex-professores da PUC. Ele nunca ficou ao lado dos professores na questão da estabilidade e das reivindicações salariais. Por isso há gente do PT que até pode votar no professor, mas não o fará com boa vontade.”

Os petistas avaliam que, ao não conseguir surfar na onda Lula, Wolmir Amado, ainda que indiretamente, puxou para baixo os candidatos a deputado federal estadual do PT. “Nossos candidatos, como Adriana Accorsi, Edward Madureira e Rubens Otoni, tiveram praticamente de fazer uma campanha à parte. Se ficassem colados em Wolmir, seriam ‘puxados’ para baixo”, assinala um petista experimentado, professor universitário aposentado.