Pesquisador diz que eficiência pode ser elemento decisivo na disputa de 2020
22 dezembro 2019 às 00h00
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Vários paradigmas caíram em 2018, menos o da eficiência. Iris Rezende lidera em Goiânia por causa disso
Cientistas políticos, marqueteiros e pesquisadores costumam dizer que a eleição de 2018 — com a vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República — quebrou todos os paradigmas. O jornalista e pesquisador Gean Carvalho diz que, de fato, houve a quebra de vários paradigmas. “A tendência é que, aos poucos, alguns paradigmas anteriores sejam retomados. Mas há um paradigma, que, apesar de não ser mencionado com frequência, não caiu. Trata-se do paradigma da eficiência.”
Gean Carvalho frisa que os governadores da Bahia, Rui Costa, e do Ceará, Camilo Sobreira de Santana, apesar de pertenceram ao PT — o partido mais desgastado no pleito de 2018 —, foram reeleitos, no ano passado, e muito bem votados. Como pertencem ao Partido do Trabalhadores, a lógica é que não se reelegessem. Os eleitores deram-lhes um segundo mandato porque, acima da avaliação partidária, decidiram que, sendo governadores eficientes, mereciam continuar no poder.
Em Goiânia, Iris Rezende, de 86 anos, está liderando as pesquisas porque é avaliado como gestor eficiente. Pode inclusive ser reeleito. Em março de 2019, o líder emedebista não aparecia bem nas pesquisas, mas, entre outubro e novembro, depois da construção de várias obras — a capital está em “movimento” — saltou para o primeiro lugar e, quando o nome do senador Vanderlan Cardoso é retirado da pesquisa, descola dos demais pré-candidatos.
Na disputa de 2020, a eficiência — possivelmente acima do discurso ético, que também será forte (mas o eleitor duvida de praticamente todos os políticos) — dará o tom. Propostas miraculosas não convencem mais o eleitor. O importante mesmo é fazer o feijão com arroz bem feito — e, nisto, Iris Rezende é craque.