Bastidores
O PSDB nunca teve uma tradição política forte em Aparecida de Goiânia. “Mas nós temos dois vereadores populares, Manoel Nascimento e a delegada Cybelle Tristão”, afirma o presidente regional do PSDB, Afrêni Gonçalves. Cybelle Tristão pode ser a candidata do PSDB a prefeita de Aparecida? “As conversas estão se iniciando. Mas, sim, Cybelle pode ser candidata. Ela tem discurso, comunica-se bem e é da área de segurança pública. O coronel Silvio Benedito, um homem sério e competente, também pode ser candidato a prefeito. Na verdade, estamos bem servidos no município.”
Convidado por Edivaldo Barbosa, o jovem líder empresarial de Goianira Christian Pereira filiou-se ao PT do B. Ele vai ser o presidente do partido no município e, se quiser, pode disputar a prefeitura. O mais provável é que Christian Pereira seja o vice de Carlão Alberto, o nome que o PSDB deve bancar para prefeito do município. Christian Pereira faz uma oposição articulada e inteligente ao prefeito de Goianira, Miller Assis, que pretende ser candidato à reeleição. O favorito é Carlão Alberto.
Prefeitos e líderes do interior reclamam que o PP é um partido sem diretórios. Só tem comissões provisórias, o que, na opinião deles, demonstra fragilidade. Eles estão dispostos a procurar o senador Wilder Morais, que vai assumir o comando do PP em setembro, para propor a criação de diretórios municipais.
O ex-prefeito de Águas Lindas Geraldo Messias cansou da paralisia do PP e deve filiar-se ao PSDB, na onda de adesões que vai ocorrer até o dia 30 de setembro. Geraldo Messias, político cacifado e agregador, deve ser candidato a prefeito em 2016. Mas quer o apoio de um partido coeso e forte junto ao governador Marconi Perillo.
Uma viúva está prestes a denunciar um deputado estadual. Ela entregou ações a um parlamentar, nada humanista, que as passou para frente, mas não entregou o dinheiro à senhora. A viúva pretende fazer uma denúncia pública e judicial contra o parlamentar. Sabe-se que os eleitores não perdoam aqueles que enganam viúvas.
Não convidem para o mesmo bisturi os secretários da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, e da Saúde, Leonardo Vilela. As tesouradas nos recursos da Saúde — que está provocando uma crise com as organizações sociais, espécie de joia da cora do governo de Goiás — são responsáveis pela crise entre Leonardo e Ana Carla. Os dois estão rompidos.
Os auxiliares do primeiro escalão do governo de Marconi Perillo admitem que a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, é polida mas não dá muita importância ao que dizem e sugerem.
No governo há quem diga, com todas as letras, que sente saudade de Simão Cirineu, que, de tanto dizer “não”, ganhou o apelido de “Cirinão”. “Sabe que sinto saudade até do ‘sestro’ [repuxava os lábios, às vezes parecia que estava piscando] do Simão Cirineu”, confidencia um secretário.
Aos interlocutores, Ana Carla Abrão lamenta os conflitos com os secretários e sugere que suas ideias de contenção — para expansão concomitante — não estão sendo compreendidas com precisão. A economista sustenta que o saneamento do Estado, com um ajuste fiscal rigoroso, vai permitir que a economia cresça, adiante, de maneira mais acelerada. Os políticos, antenas da raça, temem que a severidade dos cortes prejudiquem os voos eleitorais da base aliada.
O economista britânico Tim Jackson escreveu um livro que faz sucesso no mundo e no Brasil: “Prosperidade Sem Crescimento — Vida Boa Num Planeta Finito” (Editora Planeta Sustentável, 314 páginas, tradução de José Eduardo Mendonça). Certamente, se não tiverem lido, está na lista de Ana Carla Abrão, Thiago Peixoto, Vilmar Rocha e Gilvane Felipe. A tese de que é possível obter prosperidade sem crescimento está sendo discutida em todo o mundo — e não apenas por ambientalistas. Recentemente, Tim Jackson, tido como brilhante, concedeu uma entrevista à Globo News.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), trata o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), com respeito e polidez. O peemedebista sempre elogia o caráter republicano do governo do tucano. Já o filho de Maguito Vilela, o deputado federal Daniel Vilela (PMDB), faz ataques raivosos ao governador Marconi, mesmo sabendo que, se disputar o governo em 2018, não vai enfrentá-lo. A estratégia adotada, portanto, é um ponto fora da curva.

O deputado estadual Jean Carlo diz que o PHS, cuja presidência em Goiás assume na quarta-feira, 4, terá uma meta ousada para 2018: planeja eleger um deputado federal e três estaduais.
O deputado estadual Renato de Castro, se a “janela” (troca-troca partidário) for aprovada pelo Senado, vai deixar o PT. Pode-se filiar ao PMDB, para disputar a Prefeitura de Goianésia, mas também pode se filiar a um partido da base do governador Marconi Perillo. Renato é ligado ao ex-prefeito Gilberto Naves e a Frederico Jayme, que deve ir para o PSDB. O que pode definir a filiação de Renato de Casto é a questão local. Ele quer ser candidato a prefeito de Goianésia, mas o PSDB já tem candidato, o médico Robson Tavares, apoiado pelo prefeito, Jalles Fontoura. O PMDB, pelo contrário, não tem candidato. Gilberto Naves quer ver o diabo dançando rock, mas não quer mais sentar na cadeira de prefeito.
O ex-prefeito de Goianira Carlão Alberto Andrade, diretor de Operações da Metrobus, sugere que, ao contrário do que propagandeia o prefeito Miller Assis, ônibus que servem ao município são do governo de Goiás, não têm a ver com a CMTC.