Bastidores
[caption id="attachment_57158" align="alignright" width="620"] Foto: ABr[/caption]
O deputado Waldir Delegado Soares tem uma história limpa. Não há nada que o desabone. Mas sua filiação ao PR de Valdemar Costa Neto, um dos reis do mensalão — condenado pela Justiça —, pode atrapalhar sua campanha, sobretudo quando, em debates, falar de ética. Como um candidato que defende tanto a moralidade na condução da coisa pública pode aliar-se a um político como Costa Neto? O delegado será perguntado a respeito com frequência, o que poderá desviá-lo de apresentar suas propostas para administrar Goiânia. Ele poderá dizer: “Estou chegando agora e não tenho nada com a história do partido”. Não é uma resposta ruim, mas o eleitor pode não aceitá-la.

[caption id="attachment_60175" align="alignright" width="620"] Deputado federal Waldir Soares e deputada federal Magda Mofatto | Foto: Larissa Quixabeira \ Jornal Opção[/caption]
Os luas azuis do Palácio das Esmeraldas e do Palácio Pedro Ludovico estão monitorando — para verificar a correlação de forças que está sendo articulada para 2016 e, por consequência, para 2018 — as articulações políticas em todo o Estado. O que se descobriu de mais surpreendente: a política hoje com mais presença nas várias regiões de Goiás é a deputada federal Magda Mofatto (seguida, de perto, pela senadora Lúcia Vânia, do PSB). A intelligentsia tucana detectou que a presidente do PR está montando uma base, a um só tempo ampla e sólida, com o objetivo de disputar o Senado em 2018. Depois de operar em cidades pequenas e médias, a parlamentar voltou-se para as cidades mais importantes, quer dizer, as que têm maior eleitorado. Em Goiânia, depois de jogar pesado, levou o passe do deputado federal Waldir Delegado Soares. Com uma só tacada, pôs os pés na cidade que tem o maior eleitorado no Estado e, sobretudo, influencia praticamente todos os demais municípios.
[caption id="attachment_60237" align="alignright" width="371"] Renan Calheiros e Eduardo Cunha: os dois líderes do PMDB nacional podem ser “usados” contra Iris Rezende em Goiânia[/caption]
Dois petistas disseram ao Jornal Opção, na semana passada, que, se o candidato do PT for atacado pelo possível candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, Iris Rezende, o contra-ataque será duro e em duas direções. Se o peemedebista depreciar a gestão do prefeito Paulo Garcia, o PT vai abrir a caixa preta da gestão de Iris Rezende, evidenciando que deixou dívidas impagáveis — ao menos 1 bilhão de reais — e pavimentou a cidade com asfalto que os engenheiros chamam de sonrisal. Quando a crítica envolver questões morais do PT em termos nacionais, os luas vermelhas vão rememorar o histórico do PMDB goiano — como a história do caso Caixego, Astrográfica e a venda da usina de Cachoeira Dourada — e vão citar as ações da dupla dinâmica Renan “Batman” Calheiros, presidente do Senado, e Eduardo “Robin” Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Os malfeitos locais e nacionais do PMDB serão catalogados e expostos sem dó nem piedade.

[caption id="attachment_59993" align="alignright" width="620"] Deputado estadual Santana Gomes (PSL), ao defender o governador Marconi Perillo (PSDB) na tribuna da Assembleia, chamou por várias vezes o parlamentar Major Araújo de "Marajá Araújo"[/caption]
O que se comenta na Assembleia Legislativa é que o intimorato deputado Santana Gomes conseguiu finalmente enquadrar o Major Araújo.
Santana Gomes chama o adversário de “Marajá” Araújo. Não tem sido respondido à altura. Não se sabe por qual motivo o militar o teme tanto.
A reeleição dos prefeitos Jardel Sebba, de Catalão, e Jânio Darrot, de Trindade, é prioridade na agenda política do governador Marconi Perillo. Os três, filiados ao PSDB, são amigos e aliados. Os dois gestores receberam prefeituras com vários tipos de problemas, inclusive financeiros. Com contenção de despesas, organizaram a máquina pública. Se reeleitos, poderão deslanchar.

Ele trabalhou 21 anos no Ministério Público. Tornou-se uma estrela do Tribunal do Júri
O promotor de justiça Tito do Amaral aposentou-se, na semana passada, e vai advogar ao lado dos dois filhos, Caio Victor e João Paulo, e se dedicar ao magistério. Vai atuar basicamente nas áreas criminal e de família.
Aos 55 anos, 21 deles dedicados ao Ministério Público de Goiás, Tito Amaral (que chegou a ser oficial das Forças Armadas) é professor da Unip. Ele tem mestrado em Direito Constitucional pelo Instituto de Direito Público, de Brasília.
“O recomeço profissional é sempre gratificante”, afirma o promotor aposentado Tito Amaral.
Tito Amaral tem mestrado e é considerado culto pelos ex-colegas de Ministério Público. Todos realçam também seu bom humor e gosto por contar histórias.
Por que, se é considerado um quadro qualitativo, Virmondes Cruvinel não conseguiu se tornar candidato a prefeito de Goiânia pelo PSD? Um líder do partido sugere que, desde que foi eleito, buscou mais apoio externo do que interno. “Internamente, não era agregador e criou arestas com, por exemplo, o deputado Lincoln Tejota e com o ex-deputado Frederico Nascimento.”
Por que, como secretário da Segurança Pública, o vice-governador José Eliton (PSDB) conseguiu agradar tanto policiais civis e militares quanto a sociedade goiana? Todos dizem a mesma coisa: além de firme, de apoiar os que trabalham pela segurança, é um secretário presente e colaborativo.

[caption id="attachment_17896" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O empresário Vanderlan Cardoso pegou Zélio Cândido pelas mãos, apresentou-o à sociedade de Senador Canedo, mas, talvez por ser um homem reservado, não emplacou. Mesmo assim, está mantido como pré-candidato a prefeito, contrariando a base política do pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB — que prefere Alsueres Mariano ou Izaura Cardoso (mulher de Vanderlan). Vetado pelo vanderlanismo, o médico Alsueres deve disputar pelo PR, com o apoio da deputada Magda Mofatto. O prefeito Misael Oliveira assiste a tudo calado, trabalhando em tempo integral, porque avalia que, quanto mais candidatos no páreo — o ex-prefeito Divino Lemes, o deputado Sérgio Bravo e o corretor de imóveis Franco Martins —, mais chances tem de ser reeleito (até com 30% dos votos).

[caption id="attachment_46895" align="alignright" width="620"] Tejota é advogado | Foto: Y. Maeda[/caption]
Reviravolta: Sebastião Tejota pode se aposentar, com o objetivo de disputar mandato de deputado federal em 2018, e para seu lugar iria Sérgio Cardoso ou Leonardo Vilela. Ele é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Tejota está criando uma estrutura política familiar de peso. Seu filho, Lincoln Tejota, é deputado estadual. A mulher de Lincoln deve ser candidata a vereadora. Com estrutura no Estado e na capital, fica menos complicado bancar um postulante a deputado federal.
Há quem aposte que o prefeito de Porangatu, Eronildo Valadares (PMDB) — embora meio nefelibata, não tem nada de bobo (é espertíssimo) —, vai jogar a toalha entre abril e maio. No fundo, o peemedebista estaria estudando bancar a candidatura do empresário Paulo da Casa do Criador (que não tem rejeição e é visto como um gestor eficiente; o receio é que seja outro Eronildo, que entende negócios privados, mas não dos públicos). Publicamente, diz outra coisa: vai disputar a reeleição e, no momento certo, vai fazer um pronunciamento a respeito. O desgaste do prefeito-empresário é gigante e não é possível que ele não esteja apurando isto em pesquisas sérias. Até as crianças o veem como uma grande decepção. Há o mito de que Paulo quer, mas não disputa a prefeitura porque seu sócio não quer. Um político do município contrapõe: “Na verdade, esta é a desculpa típica do Paulo. O sócio pode até não querer que dispute, mas não o proíbe de nada. Ele tem mesmo de perder e, sobretudo, de gastar muito dinheiro na campanha. É isso, só isso”.
Sete governadores e líderes do setor produtivo, como José Alves (Refrigerantes Imperial e Alfa), participaram do Fórum do Brasil Central. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, foi a presença mais relevante. Com os governadores com pires nas mãos, o BNDES é uma solução em termos de créditos e financiamentos. A presença de Luciano Coutinho em Goiânia indica a força do tucano-chefe Marconi Perillo. José Alves defendeu a redução da taxa de juros. Porque, sob recessão, manter os juros é contribuir para ampliar a crise.
Jornalistas tiveram acesso integral aos debates do Fórum do Brasil Central, que reúne governadores de vários Estados. A transparência foi uma decisão do governador de Goiás, Marconi Perillo.
Os luas azuis do tucanato não entendem por qual motivo o deputado Santana Gomes é o único que faz a defesa do governo de Goiás na Assembleia Legislativa. A oposição deita e rola e a situação assiste tudo placidamente. O governo de Marconi Perillo tem sorte porque a oposição, embora critique muito, não articula um discurso consistente.
Como não quer se comprometer com a volta do Imposto do Cheque, a CPMF, e o fim dos incentivos fiscais, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), não compareceu à reunião dos governadores com a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, 4. Mas enviou a secretária da Fazenda, Ana Carla Abr Marconi não participa de reunião em Brasília, pois não apoia o Imposto do Cheque/RETRANCA: Enviou secretária da Fazenda Como não quer se comprometer com a volta do Imposto do Cheque, a CPMF, e o fim dos incentivos fiscais, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), não compareceu à reunião dos governadores com a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, 4. Mas enviou a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão. ão.