Sabe-se que a maioria absoluta da Câmara Federal é formada por políticos que vão do centro à extrema direita. Quando mais longe do “caminho do meio”, maior a dificuldade em estabelecer algum tipo de diálogo com o governo.

Porém, o mecanismo institucional chamado Centrão, inventado e reinventado durante a história da República, acaba por facilitar as coisas para o governante de plantão, desde que suas reivindicações sejam atendidas. É a política do toma lá dá cá, que foi resumida ainda em 1988, durante o processo da Assembleia Nacional Constituinte, pelo então deputado Roberto Cardoso Alves: “É dando que se recebe”.

Isso vale também para a bancada goiana, que, com raras e conhecidas exceções, apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). No exercício do mandato, no entanto, os parlamentares tendem a se tornar, digamos, “pragmáticos”.

Mas há três deputados de Goiás com os quais qualquer diálogo para votar com a base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está interditado por tempo indeterminado, para não dizer impossibilitado de vez.

Gustavo Gayer (PL) – é, de longe, o mais inacessível para qualquer tipo de contato. Ao contrário, seu “lugar de fala” na política, sendo porta-voz do bolsonarismo mais radical, torna proibitivo que ele, mesmo que quisesse (o que nem se cogita), tome faça algum movimento nesse sentido.

Zacharias Calil (UB) – apesar de ser do União Brasil, que tem ministérios no governo, o deputado-cirurgião tem votado constantemente contra as pautas que interessam ao Planalto. Apesar de dizer que vota sempre no que for “em favor do Brasil”, ele não esconde o antipetismo à flor da pele.

Magda Mofatto (Patriota) – de partido novo depois de sair do PL, mas também no espectro fixado da direita, a empresária tem em seus discursos um dos principais canais de desopilação dos bolsonaristas. Se a proximidade com o Planalto era complicada, ficou impossível com sua atuação na CPI de MST.