Orley José e Pedro Sérgio dos Santos são cotados para a Secretaria de Educação da Prefeitura de Goiânia

17 janeiro 2021 às 00h00

COMPARTILHAR
Os dois intelectuais, educadores respeitados e com doutorado, são as principais apostas dos grupos considerados conservadores
A Prefeitura de Goiânia está, em definitivo, sob o controle do Republicanos, partido dirigido por políticos evangélicos. O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, pertence à Igreja Universal, da qual é pastor licenciado. O deputado federal, João Campos, é integrante da Igreja Assembleia de Deus e é presidente do partido em Goiás.

Um dos eixos centrais do Republicanos é a Educação. Eles defendem a tese de que é preciso “arrancar” a mentalidade do filósofo italiano Antonio Gramsci, um marxista, das escolas brasileiras. Eles não querem que as crianças sofram o que chamam de “inculcação marxista” sobre variados temas.
Por isso, a tendência, talvez não de imediato — dada a comoção presente na sociedade e, também, na prefeitura, devido à morte de Maguito Vilela —, é a nomeação de um novo secretário da Educação. Há dois nomes cotados — todos eles educadores e apontados como “conservadores”: Orley José da Silva e Pedro Sérgio dos Santos, ambos com doutorado (Pedro Sérgio é doutor em Direito pela prestigiosa Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco e também é escritor e professor da Universidade Federal de Goiás). Ambos mantêm interlocução com o Ministério da Educação do governo de Jair Bolsonaro.

Três fontes do meio evangélico disseram ao Jornal Opção que não há motivo para manter Marcelo Ferreira da Costa na Secretaria da Educação. “Primeiro, é ligado ao ex-prefeito Iris Rezende. Segundo, teria sido bancado pela Igreja Católica. É hora de trocá-lo por um técnico com mais afinidade, inclusive ideológica, com o prefeito Rogério Cruz e com aqueles que o apoiam”, afirma um vereador. “Orley José e Pedro Sérgio têm muito mais a ver com o que pensamos”, afirma um líder evangélico.
Um vereador afirma que a CPI da Educação foi barrada pela força de Iris Rezende na Câmara Municipal. “Mas o problema continua sob investigação no Ministério Público. Tem a ver com sobrepreço, contêineres”, assinala um vereador.
“O fato é que os evangélicos praticamente exigem uma mudança mais rápida no comando da Educação”, afirma um líder evangélico.