A máquina às vezes funciona em Brasília. Joaquim Roriz, aquele político que confunde Kafka com comida árabe, sempre ganhou com o uso intensivo da máquina e a exploração do eleitor de baixa renda. No momento, mesmo com o controle de uma máquina poderosa e rica, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que os adversários chamam de “Agnulo” e “Argh! Nulo”, está mal nas pesquisas. Acredita-se, porém, que, apesar de mal avaliado, irá para o segundo turno, dada a força da estrutura. Mas em Brasília a grande aposta do momento é o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB.

Rollemberg aparece atrás de José Roberto Arruda (PR) — que dificilmente será candidato, mas, se for, é forte, especialmente se aliado com uma filha de Joaquim Roriz —, mas, apontado como um político “não contaminado” e aliado de Marina Silva, que é bem avaliada em Brasília, tem chance de ser eleito. O presidenciável Aécio Neves, que não quer subir no palanque de Arruda, deve apoiar o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB) para o governo. Por enquanto, o tucano aparece mal nas pesquisas, atrás até de Agnelo.

O pleito do Distrito Federal tem uma característica: o PDT, embora seja um partido relativamente pequeno na capital, tem dois políticos fortes, o senador Cristovam Buarque e o deputado federal José Antônio Reguffe. Este quer apoiar Rollemberg, já declarou apoio e chegou a sugerir que, se for brecado pela cúpula nacional do PDT, que quer compor com Agnelo, pode até mesmo não ser candidato em 2014. Porém, como político não gosta de ficar sem poder, Reguffe pode disputar mandato de deputado, dando apoio apenas informal a Agnelo, e, na campanha, pode fazer corpo mole e, indiretamente, apoiar Rollemberg.