O “Republicano” fica com Ronaldo Caiado; Campos leva só o “s” para Mendanha

14 junho 2022 às 10h22

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João Campos chega como um soldado solitário para compor o exército de Brancaleone da ong de Gustavo Mendanha

O Republicanos é um dos maiores partidos políticos do Brasil. E no seu interior há divergências, o que é natural (basta ver a crise interna do PSDB, que, inclusive, se recusou a bancar João Doria, que havia sido escolhido em prévias, para presidente da República).

Em Goiás, o Republicanos, o raiz, vai apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado. Porque seus principais integrantes — o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, os deputados Jefferson Rodrigues e Rafael Gouveia e o ex-secretário de Segurança Pública Rodney Miranda — se consideram parceiros políticos e administrativos do gestor estadual. Em Goiânia, por exemplo, Rogério Cruz relata que o governador tem sido decisivo para ampliar as realizações de sua gestão.

O deputado João Campos, apresentando-se como “dissidente” (sim, porque não representa a maioria), vai apoiar o pré-candidato do Patriota (uma ong) para governador, Gustavo Mendanha. Ele alega que o ex-prefeito de Aparecida (que empregou seus parentes, inclusive dando a um deles uma secretaria) banca-o para senador — o que a chapa de Ronaldo Caiado não fez. “Claro que há uma lógica nisto, sobretudo quando se pensa no projeto pessoal, e não no partidário”, afirma um deputado, que diz apreciar o senatoriável.

Porém, na prática, quem realmente leva o Republicanos — como estrutura partidária, quer dizer, as pessoas do partido, tanto os líderes quanto a militância? Tudo indica que, considerando Rogério Cruz, Jefferson Rodrigues, Rafael Gouveia, Rodney Miranda e centenas de vereadores, o Republicanos que tem peso político-eleitoral fica com Ronaldo Caiado. Não há dúvida de que João Campos tem força política e é um deputado respeitado, mas caminha para apoiar Mendanha sem o apoio do partido. Ele foi quase sozinho. Levou Jovair Arantes (que, por sinal, foi investigado pela Polícia Federal) e José Antônio (ex-prefeito de Itumbiara, que responde a vários processos, e está praticamente inelegível, tanto que João Campos deve bancar um parente para substitui-lo na disputa para deputado federal. De novo, um parente na história).

O fato é que João Campos chega praticamente sozinho para compor o exército de Brancaleone da “ong” de Mendanha. Pode-se dizer que Rogério Cruz, Jefferson Rodrigues, Rafael Gouveia, Isaías Ribeiro (vereador mais votado de Goiânia em 2020) e Rodney Miranda, entre muitos outros, ficaram com o “Republicano” e que João Campos ficou com o “s” de Republicanos. Observe-se que nenhum deputado e prefeito do Republicanos acompanhou João Campos. É como se ele tivesse rompido” com o “partido.

Há os que dizem: o Republicanos está fazendo jogo duplo. A rigor, não está. Os que apoiam Ronaldo Caiado podem até optar pelo apoio a João Campos para senador, para serem leais partidariamente (não há, porém, a contrapartida de João Campos, que optou por um projeto meramente pessoal), mas não apoiam Mendanha para governador. Portanto, não há jogo duplo.
“Uma coisa é certa: se João Campos for eleito senador, este ano, não ficará no Republicanos”, postula um deputado. “Mas Rogério Cruz, Jefferson Rodrigues, Rafael Gouveia, Rodney Miranda e Isaías Ribeiro continuam continuarão batalhando pelo partido.”