O prefeito Rogério Cruz é o novo Paulo Garcia?
26 março 2023 às 00h18
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O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) é, como alguns insistem em dizer – e a oposição faz questão de reverberá-los, o pior prefeito da história de Goiânia? Claro que não, e o tempo dirá – como aliás, já começa a fazer justiça com Paulo Garcia (PT), que mais do que críticas, sofreu deboches humilhantes e, como gentleman que sempre foi, nunca devolveu na mesma moeda, nem abriu a boca para se defender passando a outros políticos, inclusive antecessores, a responsabilidade do que acontecia.
É fato: o petista morreu em julho de 2017 sem nunca reclamar publicamente de herança maldita, assim como não o faz agora Rogério Cruz. É fato também que a gestão de Garcia teve pontos críticos, mas da mesma forma há marcas que soube deixar para Goiânia: como exemplo, foi com ele que se ampliaram o número de corredores de transporte e de ciclovias (ambas, no entanto, políticas aquém do necessário, porque envolvem vontade política).
De semelhança, ambos têm o mesmo antecessor: Iris Rezende (MDB), que terminou seus mandatos sempre com altíssima popularidade. Por coincidência, o mesmo não acontecia com seus sucessores – Henrique Santillo, eleito em 1986 para sucedê-lo no governo de Goiás, também padeceu de rejeição. O único que conseguiu ser bem-sucedido no “pós-Iris” foi Maguito Vilela, que ficou no Palácio das Esmeraldas de 1995 a 1998 e seria natural candidato à reeleição – advento recém-criado e que se daria pela primeira vez. Mas o concorrente do partido foi Iris, que acabou sofrendo uma derrota histórica para Marconi Perillo (PSDB).
Críticas radicais permearam a gestão de Garcia (de 2010 a 2016), como inundam a de Cruz agora. Há realmente alguma procedência em dizer que um ou o outro foi o “pior” da história? Assim como ou Iris ou Nion Albernaz ou Darci Accorsi tenha sido, de acordo com as preferências, o melhor?
Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. A distância que o tempo traz ajudará a colocar tudo em seu lugar. Na boca da oposição, o atual “sempre” vai ser o “pior da história” se o governo estiver passando por um momento de instabilidade.
É o caso de Rogério Cruz. A população quer soluções para os problemas. Se ele as encontrar no curto prazo e a cidade estiver em outro cenário em alguns meses – iluminada, limpa e com sensação de segurança –, a opinião sobre a gestão muda rapidamente. Fazendo a coisa certa, lembrando que a sucessão é logo ali, daqui a um ano e meio, o prefeito se torna um nome forte à recondução ao cargo.