O governador Marconi Perillo avisa aos aliados que não vai fazer leilão para obter apoio político

24 março 2014 às 16h02

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Pesquisadores, consultores e marqueteiros são unânimes: como homem que acredita em ciência — em pesquisas e análises percucientes —, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), cumpre à risca àquilo que é traçado. Faz uma adaptação aqui e ali, porque nenhum planejamento é eficiente se for por demais rígido, mas no geral segue as regras. Quando definiu, a partir de pesquisas rigorosas e detalhadas, que deveria concentrar-se na gestão, deixando o debate político para as oposições (quanto mais político se é mais se desagrada o eleitor), alguns aliados chegaram a sugerir que se tratava de suicídio político e que deveria rever a decisão. Entretanto, longe de ficar dizendo-se “ungido por Deus” (como faz Vanderlan Cardoso, do PSB) — embora seja católico praticante, o tucano-chefe é adepto da separação entre Igreja e Estado —, Marconi pôs a mão na massa e foi trabalhar.
Depois de um desgaste violento, que parecia incontornável, o tucano-chefe obtém, agora, números mais satisfatórios nas pesquisas. No momento, pelo menos segundo alguns levantamentos, Iris Rezende (PMDB) é seu único rival de peso. Nas oposições, comenta-se que Marconi está praticamente garantido para o segundo turno e que, portanto, só uma vaga em jogo. O governador não se fia nisso e continua trabalhando de maneira intensa, porque acredita que ainda não deu a volta por cima inteiramente, que a campanha vai ser muito acirrada e agressiva e que ele será o principal alvo de todos os candidatos, que vão “bater” duramente, inclusive explorando aspectos éticos. Os ataques, ele tem dito, vão ser respondidos na mesma moeda. O candidato que apresentar ideias será respondido com um debate de ideias. O que jogar pedras receberá pedras de volta.
Há outro aspecto do Marconi que, como Fênix, ressurgiu das cinzas. Noutros tempos, ele ia atrás de qualquer apoio, pequeno, médio ou grande. Agora, embora continue buscando ampliar sua base política, porque não se enjeita votos e aliados, está orientando seus parceiros para não negociaram apoio a qualquer custo. Aqueles partidos que estiverem fazendo leilão — alguns vão a Júnior Friboi e dizem que precisam de tanto (consta que o empresário está enrolando a malta) e, depois, procuram aliados de Marconi e afirmam que querem tanto (os valores vão sempre aumentando) — não mais serão procurados. Recentemente, o presidente de um partido ousou fazer leilão e foi deixado na chapada, falando sozinho.
Pesquisas indicam que alguns partidos, especialmente os de aluguel, podem até fazer muito barulho e criar expectativa de que o candidato é forte por ter muitos aliados, mas, na verdade, praticamente não têm votos e não têm o respeito da sociedade. O tucano-chefe, se candidato à reeleição — tudo indica que é, mas ainda há dúvidas, pequenas, é fato —, pretende fazer uma campanha bem-feita, porém mais enxuta dos que as anteriores.