Nilson Gomes quer transformar Zoo em cadeia para agressores de animais

12 abril 2020 às 11h23

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Pré-candidato a prefeito de Goiânia diz que “quarentena reforça a certeza de que todos devem viver em liberdade”. Ficaria preso ali somente quem maltrata
A “vacina” para evitar a disseminação do novo coronavírus é a quarentena. Mesmo sendo para salvar a própria vida e a da família, ainda há quem reclame por ficar dentro de casa. “Imagine, então, os animais que nasceram para correr, voar, pular, enfim, viver na floresta e ficar décadas em quarentena na selva de pedra e de grades”, provoca o jornalista e advogado Nilson Gomes, pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo Democratas. Por isso, já decidiu: “A ideia é desativar o Zoológico e fazer de sua área o Parque dos Animais, mas para proteger, não explorar. Esse recolhimento aumentou a conscientização para hábitos de higiene e também de civilidade. O que o homem não quer para si, não pode querer ainda pior para outras espécies. É a quarentena preservando a saúde do homem e reforçando a certeza de que todos devem viver em liberdade”.
Nilson Gomes chama de Parque da Crueldade o que atualmente é conhecido pelo complexo Jardim Zoológico, Horto Florestal e Lago das Rosas. Em seu planejamento, o Zoo será desativado, obedecendo a critérios científicos de recolocação no habitat natural ou, no caso dos que nasceram em cativeiro, doados a outras instituições. “Vão ficar presos ali não os animais, mas seus agressores”, diz o jornalista, que garante apresentar a sugestão de parceria com o governo de Goiás para a Secretaria de Segurança Pública implantar no local a Delegacia de Proteção aos Animais: “Se alguém merece ficar atrás daquelas grades não são as vítimas e sim os algozes”.

Outro plano é fazer convênio com faculdades de veterinária, biologia e meio ambiente, que instalariam seus laboratórios, centros cirúrgicos e projetos de pesquisa onde agora estão o que Nilson Gomes chama de “espetáculos macabros dos animais no cárcere sendo exibidos em aulas de maldade”. Os zoológicos existem há milênios, o de Goiânia há mais de 70 anos, mas o jornalista conclui que “isso não é tradição, não é da cultura, só se for a tradição de humilhar as espécies e a cultura de ensinar às crianças a normalidade dessa humilhação”.
Nilson Gomes lançou o projeto de Goiânia ser a Capital Brasileira da Tecnologia Social, “o que não combina com a Idade Média em que permanece um zoo”. O avanço das comunicações, a seu ver, “tirou a única desculpa para o show de horrores”, que era conhecer os animais. “Se a criança quer saber como é determinado animal, em um minuto de pesquisa no celular ela tem mais informações do que em um dia nas sepulcrais visitas guiadas no zoo”. Além de sediar entidades de defesa dos animais, o novo parque sugerido por Nilson Gomes teria também a parte lúdica: “Será apropriado para passear com seus pets, conhecer as raças cuidadas por outras pessoas, trocar informações, adotar, conviver”, receita Nilson Gomes. “Serão 315 mil metros quadrados de respeito no coração de Goiânia”.
Nos últimos anos, em vários governos, o Zoo de Goiânia foi manchete por causa de tráfico de animais, mortes em série e o vandalismo constante nas áreas próximas à Avenida Anhanguera. Nilson Gomes crê que, “além dos crimes contra os animais, outros delitos também serão evitados, graças à presença de técnicos e universitários em todos os dias da semana, dos policiais civis e do Corpo de Bombeiros, que tem quartel do outro lado da rua (a Avenida Anhanguera) e não vão se recusar a participar dessa transformação”.