A presidente Dilma Rousseff convocou o economista Nelson Barbosa para uma conversa em Brasília. A petista-chefe não quer conversa de que o ministro da Fazenda terá “autonomia” — o que queria Luiz Carlos Trabuco e Henrique Meirelles — para definir a política econômica, o que o tornaria uma espécie de primeiro-ministro. Ela não quer um novo Fernando Henrique Cardoso no governo. No governo de Itamar Franco, FHC assumiu o Ministério da Fazenda e se tornou, de pronto, “primeiro-ministro”, praticamente mandando na gestão. Dilma Rousseff quer um ministro forte, mas seguindo firmemente sua orientação. A presidente não quer o Estado a serviço do mercado financeiro. Quer manter o Estado como representante da sociedade, inclusive com amparo aos setores mais carentes.

Se Nelson Barbosa aceitar a tese de que é preciso um Estado necessário, não um Estado mínimo, será indicado ministro da Fazenda. Nos bastidores, comenta-se que vai aceitar a incumbência, mas vai trabalhar por um Estado um pouco menor e menos dispendioso para a sociedade, mas sem contrariar as linhas básicas do pensamento de Dilma Rousseff. O foco de Nelson Barbosa, se assumir, será fortalecer o crescimento da economia, mas sem esquecer nas apostas do desenvolvimento.