Nacionalização de campanha pode levar Lula a bancar Adriana Accorsi pra prefeita de Goiânia
09 abril 2023 às 00h02
COMPARTILHAR
Há um consenso de que, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, vai participar ativamente das campanhas para prefeito das capitais e grandes cidades, o presidente Lula da Silva vai seguir pelo mesmo caminho, com o objetivo de tentar travar a ascensão da direita no país.
A “nacionalização” da campanha pode levar Lula da Silva a “forçar” uma candidatura da deputada federal Adriana Accorsi (PT) para prefeita de Goiânia.
Há quem postule que o PT tem condições de eleger os prefeitos das cidades mais emblemáticas de Goiás — Goiânia, com Adriana Accorsi, e Anápolis, com Antônio Gomide. Em Aparecida de Goiânia, cidade com segundo maior eleitorado do Estado, o PT não tem políticos consistentes — tanto que está acoplado a um partido de direita, o Patriota de Gustavo Mendanha e do prefeito Vilmar Mariano. Os dois são bolsonaristas e, consequentemente, anti-petistas (trabalharam contra Lula da Silva em 2022).
Exatamente sobre as duas cidades, Goiânia e Anápolis, Bolsonaro estaria dizendo aos aliados que vai participar da campanha — gravando vídeos e comparecendo pessoalmente para apoiar o deputado federal Gustavo Gayer, na capital, e Vitor Hugo, no município vizinho.
Adriana Accorsi chegou a dizer, inclusive numa entrevista gravada na redação do Jornal Opção, que não iria disputar mandato de prefeita em 2024, optando por operar, no Congresso Nacional, pela governabilidade de Lula da Silva. Porém, pode acabar recuando. Seu aliado Rodrigo Zani, cuja base política fica em Nerópolis mas tem atuação em Goiânia, disse ao Jornal Opção: “Goiânia pede Adriana Accorsi”.
Teme-se, no PT, que, se Adriana Accorsi não disputar, a direita chegue mais forte para a eleição de 2024.
No momento, o pré-candidato do PT é o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira, primeiro suplente de deputado federal.
Edward Madureira tem conversado com a militância do partido — o ex-deputado estadual Luis Cesar Bueno, do PT, afirma que Adriana Accorsi é um excelente nome, mas sugere que, se não quiser disputar, o ex-reitor da UFG pode empolgar o PT — e também com setores organizados da sociedade. Seu nome é bem-visto, porque, além de não ser radical, é tido como um gestor experiente e eficiente. Porque gerir a UFG é como administrar uma cidade de médio porte de Goiás. E ele foi reitor por três mandatos.
Há, por fim, a possibilidade de uma composição do PT com o MDB. Há quem admita, no PT e no MDB, que o professor Edward Madureira daria um “excelente vice” para Ana Paula Rezende, do MDB.
Ana Paula Rezende abriu uma série de conversações, com o objetivo de sondar os apoios reais que tem — o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, e o vice-governador Daniel Vilela, do MDB, tendem a bancá-la. Uma chapa com ela e Edward Madureira é, sem dúvida, consistente.(E.F.B.)