Na questão da CPI da Saúde Sardinha foi “orientado” por qual tubarão?

12 junho 2022 às 00h00

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Quem armou o grande jogo da CPI natimorta? As oposições, por certo. Mas quem permitiu que a jogada fosse adiante? Alguém mui amigo

Na política não há (e nunca houve) inocência. Porque os inocentes não sobrevivem à sua selvageria.
Como todos sabem, Goiás vive um período pré-eleitoral e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é o favorito. Por ser favorito, a oposição procura criar formas para desgastá-lo, o que é natural.
Porém, e se uma das formas, como a CPI da Saúde, não foi produto apenas de articulação das oposições — que, a rigor, só aproveitaram a brecha?
Há notícia de que, na verdade, a CPI da Saúde, “natimorta”, foi uma operação de mui amigos, ou, então, de um mui amigo. Teria sido uma maneira de pressionar o governo?
Mas pressionar para que? No governo não há quem acredite nisto, mas há quem comente que Rubens Sardinha — que não é nenhum tubarão autônomo — não agiu por conta própria ao “permitir”, num primeiro momento, a CPI da Saúde. Ele teria cumprido ordens.
Sardinha é apontado por deputados com um dos mais eficientes funcionários da Assembleia. Está há décadas auxiliando presidentes do Legislativo e deputados. “Se passou por cima de uma ordem do presidente da instituição, Lissauer Vieira, deveria ser demitido”, afirma um deputado.
Entretanto, Sardinha continua na Assembleia, tão forte e impoluto como algumas gameleiras das ruas de Goiânia.
O que se sabe é que alguém quis prejudicar o governador Ronaldo Caiado, sobretudo seu projeto de reeleição. Mas para conseguir o quê? Há quem acredite que tenha sido um recado de Lissauer Vieira, do PSD, que estaria exigindo ser o candidato único na chapa governista a senador.
Tal crença esbarra num fato: como presidente da Assembleia, durante três anos, cinco meses e 12 dias, Lissauer Vieira contribuiu para viabilizar o governo de Ronaldo Caiado — como aliado fiel e prestativo. Teria, ao derrapar, pisado no tomate? Teria sido o tubarão por trás do Sardinha? É provável que não. Afinal, trata-se de um político decente e leal. Mas bem orientado politicamente?